No dia em que foram conhecidas as alegações finais do caso da menina encontrada morta no rio de Huelva, a mulher do principal suspeito foi à televisão fazer a defesa do marido.
A mulher de Santiago del Valle confessou num canal televisivo espanhol que o marido matou acidentalmente a menina e que se desfez do corpo.
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Em declarações a um programa matinal da «Telecinco», Isabel Garcia justificou o facto de só agora ter admitido que sabia que o marido e a cunhada estavam envolvidos na morte da menina de cinco anos pelo facto de «não aguentar mais a culpa».
Isabel Garcia disse ainda que o marido lhe contou que a menina caiu nas escadas e que se apercebeu que Santiago del Valle e a cunhada, Rosa del Valle, se tinham desfeito do corpo de Mari Luz quando o marido «entrou em casa com as botas sujas de terra», conta a Lusa.
Luis Molina, tio da Mari Luz, que assistiu em directo à confissão da mulher de Santiago de Valle, afirmou que todos são cúmplices e que «formaram uma equipa» e espera que a justiça vá também responsabilizar Isabel Garcia.
MP pede 23 anos de prisão para assassino de Mari Luz
As alegações finais do julgamento dos dois irmãos suspeitos de matarem a menina espanhola foram esta sexta-feira, num julgamento muito rápido, já que a primeira sessão do julgamento foi no dia 16.
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O Ministério Público (MP)da Audiência Provincial de Huelva pediu 23 anos de prisão para o principal suspeito do homicídio, Santiago del Valle, acusado de homicídio e de abuso sexual, e 17 anos de prisão para a sua irmã Rosa, acusada de ajudar a esconder o corpo da menor, segundo informa a Lusa.
O procurador alegou que tanto Santiago del Valle como a sua irmã têm a agravante de ter passado a 50 metros do hospital com a menina ainda viva, tendo tido a oportunidade de a deixar lá.
O MP condenou veementemente Rosa. A menina de cinco anos terá ficado ferida durante a queda numas escadas, quando se tentava defender dos abusos sexuais e, por este motivo, para o procurador, Rosa del Valle não foi apenas cúmplice, cooperou no crime.
O corpo da menina espanhola foi encontrado a 07 de Março de 2008, a três quilómetros do bairro cigano de El Torrejon, onde Mari Luz vivia com os pais e irmãos. A menina tinha desaparecido em Janeiro de 2008 e foi encontrada morta 54 dias depois no rio de Huelva.
O pai de Mari Luz, José Cortés, afirmou que hoje «se encerra um ciclo e começa uma nova etapa». O pai da menina está confiante na Justiça espanhola e assegurou que acatará qualquer sentença.
José Cortés ficou aliviado por não ter de testemunhar no julgamento de alegado homicida: «A reacção de estar perante o assassino de uma filha é imprevisível».
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