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Dois pilotos compraram um avião para salvar vidas no Mediterrâneo

Franceses gastaram as poupanças que tinham, cerca de 130 mil euros, para que os migrantes que tentam chegar à Europa não fiquem abandonados à sua sorte

Dois pilotos franceses compraram um avião para patrulharem, a custas próprias, o Mediterrâneo, nas zonas onde ocorrem mais naufrágios e resgates de embarcações de migrantes que tentam deixar o Norte de África rumo à Europa.

O pequeno MCR-4S custou 130 mil euros às poupanças de José Benavente Fuentes, 49 anos, e Benoît Micolon, 35, e vai percorrer um retângulo junto à costa líbia, palco de inúmeras tragédias nos últimos anos. 

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Há uma necessidade urgente de ajudar as embarcações das ONG’s [Organizações Não Governamentais] a localizar os barcos e a sinalizá-las ao mesmo tempo junto do MRCC [Centro de Coordenação de Resgate Marítimo], o organismo italiano que gere os resgates no Mediterrâneo", conta José Benavente Fuentes ao Le Monde.

Os dois franceses, fundadores dos “Pilotes Volontaires” [Pilotos voluntários], não têm dúvidas de que a patrulha aérea é um meio de salvamento em falta e também não esquecem a morte de 500 migrantes na costa da Líbia só nos primeiros três meses do ano.

Inicialmente, tínhamos pensado num crowdfunding para conseguir o dinheiro para o avião, mas ia demorar muito tempo. A primavera está aí e o recomeço das partidas de Tripoli também. Quando os voluntários do SOS-Mediterrâneo [uma das ONG presentes ao largo de Trípoli com o seu barco Aquarius] nos contaram as dificuldades que têm em localizar as embarcações apanhadas pelas vagas, percebemos que tínhamos de ajudar o mais rápido possível”, explica José Benavente Fuentes.

O MCR-S4 tem piloto automático, fundamental para que os dois franceses possam agarrar nos binóculos para vistoriar o mar, sistema de satélite para comunicarem com as ONG e um tanque de combustível que lhes permita voar durante 10 horas seguidas.

A primeira missão está a ser realizada nesta quarta-feira.

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