Em vários combates contra o Boko Haram, os soldados camaroneses conseguiram avançar. Em muitos deles, no entanto, calaram as armas. Foram obrigados a isso, nos últimos meses. Na linha da frente da batalha estavam dezenas de crianças, usadas como escudos humanos.
Carne para canhão que tem sido repetidamente sequestrada nos últimos meses pelos islamistas, na ordem das centenas:
“A informação que tenho é de cerca de 1.500. Crianças que tinham entre os 8 e os 12”, informa a coordenadora humanitária da ONU para os Camarões, Najat Rochdi.
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A partir de julho do ano passado os jihadistas começaram a fazer raides no território vizinho, os Camarões. No início, os islamistas limitavam-se aos roubos de comida e de outros bens, mas depressa as incursões deixaram a marca da violência com matança de dezenas de pessoas e e a destruição de aldeias inteiras por fogos ateados. No final do ano, passaram ao rapto de crianças.
Os sequestros eram já prática dos terroristas na Nigéria, onde, estima a UNICEF, mais de 743 mil crianças tenham sido desalojadas desde o início da guerra lançada contra o Boko Haram nos estados de Borno, Yobe e Adamawa.
O combate contra o grupo radical islâmico é regional, travam-no coligados o Níger, o Chade, os Camarões e a Nigéria, e se durante algum tempo a coligação deu resultados, empurrou os islamistas para trás, a ONU faz hoje um retrato pouco animador:
“Nos Camarões não sentimos nada que tenha terminado”, afirma Najat Rochdi. A coordenadora humanitária descreve um país esgotado, que além de não ter resposta para os já 100 mil desalojados provocados pelo Boko Haram é ainda incapaz de acudir as vítimas da violência, que lhe chegam às centenas de milhares, refugiados em fuga da Nigéria e da República Centro Africana.
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Amnistia Internacional condena Nigéria
como se pode ler aqui.PUB