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McCain ao ataque vence o último debate

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Derradeiro debate na campanha para a presidência dos Estados Unidos poderá servir para relançar o candidato republicano

E ao último debate John McCain decidiu atacar ferozmente. Face à queda nas sondagens, o candidato republicano jogava tudo no derradeiro encontro com o seu opositor, agora que faltam vinte dias para as eleições. E McCain acaba por vencer o debate, apostando num estilo mais duro, nomeadamente nas questões relacionadas com a economia, dizendo que os «americanos são vítimas de Wall Street, têm raiva e têm razão». Resta saber se este triunfo será suficiente para reposicioná-lo na corrida pela Casa Branca.

O jornalista da CBS News, Bob Schieffer, teve mais espaço para intervir e tornou a discussão de ideias mais interessante do que nos encontros anteriores. A Universidade Hofstra, em Hampstead, no estado de Nova Iorque, acabou por receber o mais interessante dos debates presidenciais, onde os dois candidatos se sentaram lado-a-lado, olharam-se nos olhos e apresentaram posições muito diferentes sobre quase todos os assuntos, o que terá sido esclarecedor para os eleitores indecisos.

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«Senador Obama, eu não sou o Presidente Bush»

Não houve assunto que não fosse abordado, até mesmo os ataques surgidos nos anúncios e comícios. McCain trouxe para a mesa uma figura que apelidou de «Joe canalizador» para vincar diferenças em relação ao seu opositor, principalmente no que toca aos impostos. Obama dirimiu argumentos, recordando que pretende «cortar impostos a 95% dos americanos», carregando na carga fiscal às «grandes empresas, que têm apresentado grandes lucros». McCain discordou e disse que Barack pretende «espalhar a riqueza», quando essa decisão tem de pertencer ao canalizador.

A campanha negativa

Um dos temas centrais do debate foi o nível de ataques atingido pelas campanhas na televisão. Obama estava nitidamente reprimido e nunca se deixou empolgar, apesar de ter acabado por comentar alguns assuntos menos desejados entretanto levantados por McCain.

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Assim sucedeu quando foi abordado o seu alegado envolvimento com William Ayers, um ex-radical dos anos 60 que tem sido associado a Obama. «Este tema transformou-se no centro da campanha de McCain, mas devo explicar que o senhor Ayers não está envolvido na minha e não será meu conselheiro na Casa Branca», afirmou o democrata, arrumando a questão e dizendo que «as pessoas estão fartas destas coisas e querem ouvir o que os candidatos têm a dizer sobre assuntos fundamentais como a saúde e a economia».

Ambos admitiram que o tom da campanha era duro e acusaram-se mutuamente, com McCain a dizer que Obama já gasto mais dinheiro em anúncios negativos do que qualquer outro candidato, enquanto Barack respondia com um dado: «100% dos seus anúncios foram negativos».

O «canalizador» e o resto

McCain tentava falar do que lhe interessava e voltava a abordar «Joe o canalizador», criticando a proposta de Obama de aumentar impostos para contribuintes que ganham mais de 250 mil dólares por ano, o que afectaria os pequenos e médios empresários. McCain não percebe «porque é que os impostos têm de aumentar», enquanto Obama frisava a sua opinião, voltando a falar no «corte para 95% dos americanos».

Durante 90 minutos, falou-se muito de economia, mas também de ambiente, nomeadamente a necessidade de aumentar a independência energética. A aposta nas energias renováveis é algo comum aos dois candidatos, mas McCain não pára de falar do nuclear, enquanto Obama aponta para outras saídas mais consensuais. Uma coisa é certa: ambos querem reduzir a dependência da Arábia Saudita e Venezuela.

Na totalidade do debate, a crise ocupou 22 minutos do tempo, enquanto um quarto-de-hora foi gasto no tema das acusações e campanhas negativas. O resto foi para a educação (12), comércio e energia (10), seguros de saúde (9), aborto (8) e a opinião sobre os candidatos à vice-presidência (7).

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