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Seca no sul de Angola provoca crise alimentar

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A prolongada seca que abrange o sul de Angola levou esta semana o governador da Huila, Ramos da Cruz, a lançar um apelo no sentido de ser encontrada uma solução de emergência para a já evidente crise alimentar.

A par do apelo ao governo angolano para intervir em socorro das populações, Ramos da Cruz, numa visita às zonas da Huila mais afectadas pela seca, pediu ainda uma reunião aos governadores das outras províncias afectadas para trabalharem em conjunto na procura de uma solução.

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Milhares de famílias em «dificuldades extremas»

Ramos da Cruz admitiu a «incapacidade local» para dar resposta ao cenário de crise que o sul de Angola está a atravessar, onde, na Huila já foram registadas as mortes de quatro pessoas e há milhares de famílias em «dificuldades extremas».

Na vizinha província do Namibe, já se contam milhares de cabeças de gado perdidas e em Benguela as colheitas estão total ou quase totalmente destruídas em vários municípios, deixando milhares de pessoas numa situação de «extrema penúria alimentar».

Na resposta aos apelos das autoridades provinciais do sul de Angola, o ministro da Agricultura, Afonso Kanga, reafirmou existirem condições garantidas para a assistência alimentar às famílias afectadas pela extensa estiagem que o país vive nas suas regiões mais austrais.

Programa de ajuda alimentar para fazer face ao cenário de crise

Algumas Organizações Não-Governamentais(ONG) a trabalhar no sector da segurança alimentar nas províncias afectadas pela seca, contactadas pela Agência Lusa, apelaram para que o governo central crie com urgência um programa de ajuda alimentar para fazer face ao cenário de crise em curso.

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O apelo das ONG insere ainda um alerta relacionado com o perigo de as famílias camponesas usarem como alimento, em desespero, as sementes distribuídas pelo governo para serem tentadas novas colheitas caso venha a chover normalmente no país.

Os técnicos ao serviço destas organizações advertem ainda que, «para além do risco de ficarem sem sementes para garantir novas colheitas, as pessoas correm ainda riscos para a sua saúde visto que as sementes são, normalmente, mantidas através de processos químicos que as tornam perigosas quando consumidas».

ONG sem capacidade de prestar assistência alimentar

As ONG enfatizam igualmente que não têm actualmente possibilidade de prestarem assistência alimentar por falta de financiamento e de um programa conjunto com o governo, recordando que os próximos dois meses são de grande melindre para milhares de famílias.

As províncias mais afectadas pela seca são Benguela, Huila, Namibe, Kwanza-Sul, Cunene e Kwando Kubango, onde as actuais colheitas estão integralmente, ou quase, comprometidas.

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Milhares de camponeses ameaçados

Tal como, advertem as ONG, pode estar comprometida a subsistência alimentar de milhares de camponeses se não houver uma alteração significativa das condições actuais.

Ficaram perdidas quase na totalidade, entre outras, as culturas de milho, feijão, massango, batata e algumas frutas.

O governo angolano tem em curso um importante esforço financeiro com o objectivo de aumentar a área de regadio em cerca de 100 mil hectares de forma a que os camponeses das áreas mais sensíveis não estejam permanentemente dependentes da pluviosidade.

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