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NATO: resposta na Ucrânia é «política»

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«Primeiro, estamos a tomar um conjunto de medidas defensivas para proteger os nossos aliados face a eventuais ações russas», afirmou Philip Breedlove

O responsável militar máximo da NATO na Europa, a realizar uma visita oficial a Portugal, reiterou o carácter «político» da resposta internacional à crise na Ucrânia e às movimentações da Rússia naquela região.

«Os Estados-membros da NATO (...) e os líderes políticos dos Estados-membros da NATO têm afirmado em absoluto que qualquer resposta na Ucrânia é uma resposta política», afirmou, esta terça-feira, o Comandante Supremo Aliado na Europa (SACEUR), o general da força aérea norte-americana Philip Mark Breedlove, em conferência de imprensa.

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Segundo o responsável militar, a atuação da NATO face à crise ucraniana está a ser suportada em dois grandes pontos.

«Primeiro, estamos a tomar um conjunto de medidas defensivas para proteger os nossos aliados face a eventuais ações russas. Segundo, os Estados-membros da NATO estão a trabalhar em parceria com outros Estados na Europa, na União Europeia, e em redor do mundo, de forma a exercer pressão, a nível político, sobre a Rússia, através de sanções, esperando assim que influencie [a Rússia] a tomar as decisões mais corretas», referiu.

Questionado sobre se, à luz dos recentes acontecimentos na Ucrânia, o novo conceito estratégico da NATO, aprovado na cimeira da Aliança Atlântica em Lisboa em novembro de 2010, necessitaria de ser reavaliado, o general norte-americano defendeu a manutenção dos atuais princípios.

«Esse conceito estratégico fala em abranger parceiros e penso que a ideia da NATO em querer abranger grandes parceiros continua a ser uma ideia boa e válida. E a linguagem do conceito estratégico continua a ser boa», disse Philip Mark Breedlove, apesar de admitir que Moscovo «no passado recente não tem atuado como um parceiro».

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«Claramente o paradigma na Europa mudou. Tínhamos entrado num tempo em que pensávamos que fronteiras internacionais eram fronteiras internacionais e que não existiria mais um tempo em que fronteiras internacionais eram mudadas pela força», prosseguiu o responsável, numa referência ao processo de anexação da república autónoma ucraniana da Crimeia pela Rússia.

«Isso mudou o paradigma da Europa e isso mudou o modo como a NATO tem de lidar com este tipo de assuntos», reforçou.

O general norte-americano fez questão ainda de mencionar a relação da Ucrânia com a Aliança Atlântica.

«A Ucrânia tem sido um grande parceiro da NATO. As forças ucranianas estão no Afeganistão (...), a Ucrânia esteve ao nosso lado no Kosovo, os navios ucranianos estiveram ao nosso lado na operação [anti-pirataria] Ocean Shield nas costas de África. Tem sido um grande parceiro», salientou.

O Comandante Supremo Aliado na Europa realiza hoje e quarta-feira uma visita oficial às Forças Armadas Portuguesas, a convite do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general Artur Pina Monteiro.

A agenda da visita inclui encontros com os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, José Pedro Aguiar Branco e Rui Machete, respetivamente.

O SACEUR, baseado em Mons, na Bélgica, é um dos dois comandantes estratégicos da NATO e o responsável pela condução de todas as operações militares da Aliança.

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