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França vai proibir abate de pintos por esmagamento

As duas práticas muito controversas usadas na criação de animais, serão proibidas em França no final de 2021. Anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Didier Guillaume

A França vai proibir o abate de pintos por esmagamento e a castração de leitões sem anestesia, duas práticas muito controversas usadas na criação de animais. Segundo o ministro da Agricultura, Didier Guillaume, as práticas serão proibidas a partir do final de 2021.

"A partir do final de 2021, nada será como era antes", disse o ministro da Agricultura, em entrevista à BFMTV, acrescentando que haverá ainda uma rotulagem "de bem-estar animal".

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Anualmente, cerca de sete mil milhões de pintos machos são abatidos pelo mundo. O ministro Guillaume acrescentou que espera que consigam encontrar um método que permita aos agricultores conseguir saber o género dos embriões de pintos antes dos ovos serem chocados.

A autorização desta prática remete a 2009, que permite a trituração destas aves desde que seja feita de forma imediata e que os animais tenham menos de 72 horas de vida.   

Queremos avançar, não há volta a dar. O governo está comprometido a isso,” ressalvou Guillaume durante a conferência.

Em comunicado enviado à AFP, o governo francês afirma que quer garantir aos consumidores informações claras sobre os métodos de criação e produção das mercadorias à base de carne que compram.

Complementando e reforçando as medidas já em vigor, o plano quer melhorar a qualidade de vida dos animais de criação, pondo fim a práticas dolorosas, incluindo a morte de pintos machos (por esmagamento) e castração de leitões (sem anestesia), mas também proteger os animais durante o transporte.

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França e a Alemanha estão, desde de novembro, a trabalhar na causa em conjunto para pressionar a União Europeia a banir a trituração dos pintos propondo também o fim da castração de leitões sem anestesia.

Para além disso, o Centro Nacional de Referência para o Bem-Estar Animal será chamado para "definir práticas dolorosas e identificar alternativas".

O governo francês quer ainda que o financiamento estatal seja imediatamente "destinado a edifícios que favoreçam a expressão natural do comportamento dos animais de criação".

O ministro comprometeu-se a participar nas negociações em curso sobre a futura Política Agrícola Comum Europeia (PAC) para direcionar o financiamento de criadores que investem em prédios de criação de animais que atendem aos padrões de bem-estar animal.

Maxime Chaument, secretário-geral do ‘Comité National pour la Promotion de l'Oeuf’, em reação ao comunicado, referiu, em declarações à CNN, que serão necessárias mais pesquisas para encontrar um método alternativo à prática de trituração e castração dos leitões.

"Compreendemos e tomamos nota do que o ministro da agricultura disse. Porém, neste momento, não temos outro método disponível. Teremos que encontrar uma solução até à data”, disse, acrescentando que “um período de dois anos é muito curto, mas o ministro está bem ciente disso. Eles precisam de acelerar o processo de pesquisa porque agora está a parecer uma proibição complicada".

A Alemanha foi, em 2015, um dos primeiros países a propor a medida de proibição de trituração, em massa, dos pintos. Porém o Tribunal alemão no último ano decidiu que a prática controversa manter-se-ia legal até que os agricultores tivessem acesso à tecnologia que permitisse determinar o sexo das aves ainda que dentro dos ovos.   

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