Brasil: adolescente sequestrada morreu

Médicos confirmaram morte cerebral irreversível de Eloá, de 15 anos. Amiga está fora de perigo. A polícia falhou?

A jovem brasileira baleada pelo ex-namorado, Lindemberg Alves, que a manteve refém durante cinco dias (cem horas), em Santo André, não resistiu aos ferimentos na cabeça e faleceu na madrugada deste domingo.

O anúncio foi feito pelo hospital municipal de Santo André, na cidade brasileira de São Paulo, que, após realizar os exames necessários, confirmou a morte cerebral irreversível da adolescente, de apenas 15 anos, e informou a sua família.

Como não existe eutanásia no Brasil, Eloá vai continuar ligada à máquina e a ser medicada até a morte ocorrer naturalmente. Os médicos garantem que mesmo que a jovem sobrevivesse ficaria em coma vegetativo.

Recorde-se que Eloá Cristina Pimantel foi raptada segunda-feira, juntamente com uma amiga, pelo ex-namorado que não aceitava o fim da relação.

O sequestro terminou em tragédia, com o homem, de 22 anos, a balear Eloá na virilha e na cabeça e a outra rapariga no rosto. A bala na virilha de Eloá ainda foi retirada, mas a outra atravessou a cabeça e ficou alojada perto da nuca, pelo que os médicos optaram por não a retirar.

A amiga, Nayara, também de 15 anos, está consciente e fora de perigo, indicou o hospital.

Para os especialistas, noticia «O Globo», a polícia cometeu pelo menos três erros neste caso: demora, devolução de uma refém (Nayara), e o acesso ilimitado do sequestrador a um telefone, através do qual, aliás, chegou a dar entrevistas. Numa delas à TV Globo, culpou a ex-namorada pela sua atitude violenta.

Para além disto, há outras questões que estão a levantar polémica, nomeadamente os pais de Nayara dizerem que não foram consultados sobre o regresso da filha às mãos do raptor, e a polícia a garantir que isso aconteceu e que eles consentiram.

Outra questão é o facto de a polícia ter explodido a porta do apartamento, mas só ter conseguido entrar 15 minutos minutos depois. Nesse intervalo ouviram-se três tiros. A polícia alega que havia um móvel atrás da porta.

Lindemberg está detido e, para já, sem advogado, já que o defensor contratado pela família abandonou o caso.