Um vídeo divulgado na Internet, que mostra um rapaz de 13 anos a ser linchado até à morte, está a chocar o mundo. Centenas de pessoas saíram às ruas, no Bangladesh, para pedir justiça e exigir a prisão dos assassinos.
De acordo com a CNN, o vídeo mostra a vítima atada a um poste e a ser espancada com um bastão, enquanto os atacantes se riem. Nas imagens, filmadas na cidade de Sylhet, Samiul Alam Rajon implora por misericórdia e pede, pelo menos, um copo de água, sendo ignorado pelos agressores.
Segundo a BBC, depois de matarem o rapaz, os atacantes depositaram o corpo numa lixeira isolada, a 180 metros do local onde o tinham torturado.
A autópsia revelou que o jovem morreu devido a graves lesões intracranianas e ferimentos no corpo. As autoridades médicas afirmaram que o cadáver tinha mais de 60 marcas visíveis.
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O ataque surgiu depois de o rapaz ter sido acusado pelos atacantes de tentar roubar um riquexó.
O vídeo, filmado por um dos agressores, tornou-se viral e espoletou raiva dn população, que invadiu as ruas da cidade onde o ataque teve lugar para pedir a punição dos culpados. Os manifestantes afirmaram que este não foi um acontecimento isolado e que o incidente mostra as falhas do sistema judicial do Bangladesh.
Numa entrevista à CNN, Sheikh Azizur Rahman, o pai de Samiul afirmou “querer justiça” e contou que o filho tinha começado a vender legumes na rua para ajudar a família, uma vez que Sheikh tem uma doença cardíaca. Para além disso, o rapaz tinha dificuldades em aprender e em falar e grande parte dos rendimentos eram gastos na sua educação.
“Eu mandei-o trabalhar porque não tinha dinheiro suficiente para pagar os seus estudos.”
Três suspeitos foram detidos, incluindo o principal agressor, que tinha fugido para a Arábia Saudita depois do ataque.
O Ministro da Política Interna, Asaduzzaman Khan, classificou o caso como “realmente infeliz” e afirmou que “nenhum dos agressores vai ser poupado” pelo ataque.
Samiul é agora mais um número nas estatísticas. Segundo o relatório de uma organização de direitos humanos, a Odhikar, sediada no Bangladesh, só no ano passado pelo menos 903 pessoas foram linchadas nas ruas do país. 60 foram espancadas até à morte.
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