O ex-Presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso afirmou este domingo que o Brasil atravessa um momento difícil, mas destacou o avanço face ao passado, quando eram os generais, e não os tribunais, que estavam ativos no país.
A situação política do Brasil e de Portugal e os interesses recíprocos dos dois países foram alguns dos temas do encontro que manteve este domingo, em Lisboa, com o candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa.
Em declarações à Lusa, Fernando Henrique Cardoso reconheceu que o momento é difícil para o Brasil, mas mostrou-se confiante de que “haverá força suficiente para recuperar a credibilidade” do sistema político, que “está neste momento abalada por causa de muitos processos que alcançam pessoas importantes da vida pública e empresarial brasileira”.
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Nos últimos meses, o Brasil viu-se confrontado com inúmeros escândalos como a operação Lava Jato, que envolve empresários e políticos que terão beneficiado de um esquema de desvio e lavagem de dinheiro, incluindo o ex-Presidente Lula da Silva, e mais recentemente com o pedido de ‘impeachement’ (impugnação) da Presidente Dilma Rousseff por responsabilidade fiscal.
“Pelo menos o que se vê ativo no Brasil é o Ministério Público e os tribunais, no passado eram os generais. Já é um avanço grande”, brincou Fernando Henrique Cardoso, numa alusão aos anos da ditadura militar, que se prolongaram até 1985.
“Converso com [as pessoas] com quem tenho alguma relação em comum e quando as pessoas têm interesse. Eu sou ex-Presidente, não tenho funções partidárias, mas tenho apreciação pelas pessoas”, explicou Fernando Henrique Cardoso, destacando que a sua ligação a Sampaio da Nóvoa passa pelas universidades.
“É um grande amigo meu, de muitos anos. Sempre que passo por Portugal estou com ele. Dessa vez vim só por dois, três dias, e queria pelo menos dar-lhe um abraço”, justificou.
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