Duas sondagens recentes realizadas em França colocaram Marine Le Pen, da Frente Nacional, no topo da corrida às presidenciais de 2017 e terão alarmado a ala mais à esquerda da classe política francesa. No entanto, alguns especialistas põem água na fervura e desvalorizam o avanço da extrema-direita nestas previsões.
Nas duas sondagens realizadas, Le Pen perde a segunda volta – com qualquer um dos quatro adversários testados (François Hollande, Manuel Valls, Nicolas Sarkozy e Alain Juppé) -, mas, ainda assim, surge como vencedora da primeira volta com uma percentagem que ronda os 30%. Razão suficiente para alguns falarem numa viragem à direita e razão para a própria Marine Le Pen apelar a uma mobilização geral para as Presidenciais.
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Numa altura em que muito se tem falado das escolhas extremadas na União Europeia, após a vitória do partido de esquerda radical Syriza na Grécia, as sondagens em França parecem reafirmar o extremo, só que no sentido oposto, à direita.
No entanto, muitos especialistas põem em causa os números que estarão a alarmar os franceses.
Desde logo porque o país ainda vive um período de choque após os ataques que começaram com a chacina ao «Charlie Hebdo». Muitos consideram que qualquer sondagem realizada neste momento não poderá ser descontextualizada de um rescaldo dos acontecimentos.
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Os peritos fazem notar ainda que a escolha para as presidenciais de 2017 terá em conta o estado económico e social na altura e tendo em conta as próprias ameaças ou constrangimentos que se vierem a verificar.
No fundo, a mensagem que muitos querem passar é a de que estas sondagens têm de ser analisadas com cuidado e vistas à luz do enquadramento em que se inserem.
A Frente Nacional conseguiu vencer as eleições europeias de maio de 2014 e o maior número de deputados eleitos para o Parlamento Europeu. Estudos realizados após os ataques de Paris revelaram que a popularidade de Le Pen nas redes sociais tinha aumentado exponencialmente nos dias imediatamente a seguir a tragédia. Agora, também as Presidenciais parecem mais próximas.
O aumento da popularidade do partido parece ser uma tendência. Resta saber se até 2017 será o suficiente para Le Pen chegar ao Eliseu.
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