O embaixador de Portugal em Dilí, João Ramos Pinto, disse à Lusa que o Presidente timorense está a ser assistido no hospital das forças australianas «mas não se encontra em estado crítico».
«O que se sabe é que o Presidente da República foi atingido hoje e que está a ser assistido no hospital das forças australianas mas não está se encontra em crítico», afirmou.
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O diplomata português afirmou que «se sabe também que a coluna que transportava o primeiro-ministro Xanana Gusmão foi tacada mas sem consequências».
Ramos Pinto disse que o ataque ao Presidente Ramos Horta ocorreu quando este se preparava para inaugurar a reunião de ministros de Trabalho da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) que estava prevista realizar-se no Palácio presidencial e foi transferida para o Hotel Timor.
«O local da reunião foi transferido para o Hotel de Timor que está policiado por agentes das Nações Unidas e timorenses», disse o diplomata.
Segundo a mesma fonte as Nações Unidos apelaram à população para restringir os movimentos e para as famílias não saírem de casa.
O embaixador disse ainda que «aparentemente a situação em Dilí está calma».
Atingido com duas balas
José Ramos-Horta estava há 20 minutos no bloco operatório, no hospital militar austaliano em Díli, com os médicos a tentar extrair uma das duas balas que o atingiram esta manhã na capital timorense, disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Zacarias da Costa.
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«Estive com o Presidente há pouco e ele foi atingido por duas balas, uma atingiu-o nas costas e passou para o estômago, a outra passou de raspão», informou Zacarias da Costa, num contacto telefónico com a Agência Lusa em Lisboa.
Segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros, os médicos «estavam há 20 minutos à procura da bala» que se encontra no corpo do chefe de Estado timorense e um avião já foi pedido ao governo australiano para transportar Ramos-Horta para Darwin, na Austrália.
Mari Alkatiri pede responsabilidades
O ex-primeiro-ministro de Timor, Mari Alkatiri, pediu responsabilidades à missão da ONU em Timor (UNMIT) e às Forças Internacionais de Estabilização pelos atentados de que foram alvos o Presidente e o primeiro-ministro do país.
Condenando o ataque, Mari Alkatiri afirmou à Lusa exigir »responsabilidades à UNMIT e às Forças de Estabilização Internacional».
O atentado, «parece ter sido tentativa de golpe de Estado porque afectou o Presidente da República e o primeiro-ministro na altura em que o presidente do Parlamento estava fora do país», considerou Mari Alkatiri.
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