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Mulheres trabalham mais mas recebem menos

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UE: relatório vai ser apresentado durante a Cimeira da Primavera

As mulheres são quem mais trabalha na União Europeia, mas a sua situação laboral continua a ser pior do que a dos homens, revela um relatório adoptado hoje pela Comissão Europeia, noticia a Lusa.

A edição 2008 do relatório sobre a igualdade entre mulheres e homens será apresentada aos líderes da União Europeia durante a Cimeira da Primavera, que terá lugar a 8 e 9 de Março em Bruxelas.

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De acordo com o documento, «as mulheres desempenham um papel fundamental no crescimento do emprego na Europa, mas continuam desfavorecidas face aos homens no mercado de trabalho» pois, apesar de terem mais qualificações, conseguem menos empregos e as suas tarefas são pior remuneradas do que as dos homens.

Trabalho: uma em cada dez europeias inactiva

Vladimír Spidla, comissário para a Igualdade de Oportunidades, salientou que «a estratégia comunitária para o crescimento e a criação de emprego permitiu criar mais postos de trabalho para as mulheres na UE», porém, persistem problemas como as diferenças de vencimento e as carreiras mais curtas e de progressão mais lenta.

Também a dificuldade em harmonizar a vida profissional e a vida privada mostram que «ainda há um caminho a percorrer» para melhorar a situação laboral das mulheres, indicou Vladimír Spidla, que considera ser necessário aproveitar mais «o potencial produtivo da mão-de-obra feminina».

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O relatório mostra que as mulheres ocupam mais de 7,5 dos 12 milhões de novos empregos criados na UE desde 2000, estabelecendo-se a sua taxa de emprego nos 57,2 por cento, ou seja, 3,5 pontos percentuais acima da taxa do início do século XXI, enquanto os homens progrediram menos de um ponto no mesmo período.

Também a taxa de emprego das mulheres com idade superior a 55 anos tem aumentado mais rapidamente do que a dos homens, sendo actualmente de 34,8 por cento, o que corresponde a um aumento de 7,4 pontos em comparação com o ano 2000.

Ganham, em média, menos 15 por cento

Todavia, embora representem 59 por cento dos diplomados universitários e possuam um melhor nível de estudos, as mulheres continuam a ter uma taxa de emprego 14,4 por cento inferior à dos homens e ganham, em média, menos 15 por cento do que os seus colegas masculinos por cada hora de trabalho.

O documento revela igualmente que as mulheres se deparam com maiores dificuldades para atingir postos de decisão, na medida em que a proporção de mulheres dirigentes nas empresas progride muito lentamente e não ultrapassa os 33 por cento.

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O equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada é outro domínio em que subsistem diferenças entre mulheres e homens, sendo de assinalar que a taxa de emprego das mães de crianças pequenas é de apenas 62,4 por cento, contra 91,4 por cento dos pais.

As mulheres recorrem também muito mais ao trabalho a tempo parcial (32,9 por cento contra 7,7 por cento dos homens).

Face a este cenário, o relatório insiste na necessidade e na importância de a melhoria quantitativa do emprego feminino ser acompanhada de uma melhoria qualitativa.

Os empregos de qualidade atraem os trabalhadores e permitem-lhes explorar plenamente o seu potencial produtivo, contribuindo simultaneamente para melhorar a qualidade da vida da sociedade, além de que a igualdade entre mulheres e homens é um elemento qualitativo essencial do trabalho - reforça o documento.

O relatório indica ainda que convém prestar atenção à melhoria da oferta e à qualidade dos serviços destinados a facilitar a conciliação da vida profissional com a vida privada, para que homens e mulheres com pessoas a seu cargo possam retomar, no futuro, as suas actividades laborais.

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