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«Aeroporto deve ser na Ota e servido pelo TGV»

Defende responsável pelo Programa Nacional de Política e Ordenamento do Território

O responsável pelo Programa Nacional de Política e Ordenamento do Território, Jorge Gaspar, defendeu hoje que o novo aeroporto deverá situar-se na Ota e ser servido pelo comboio de alta velocidade (TGV).

"O novo aeroporto deve ser servido pela alta velocidade, não só na ligação para o Porto como na ligação para Madrid e eventualmente, no futuro, numa ligação para sul se se vier a concretizar a ligação Lisboa-Ota-Faro", disse Jorge Gaspar à margem de um seminário, organizado pela Ordem dos Engenheiros.

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O responsável adiantou que a rede já existente, nomeadamente a linha do Leste e do Norte, que passa próximo da OTA, também deveria ser articulada naquele local.

"A Ota transformar-se-ia num grande entroncamento ferroviário e de articulação entre o futuro TGV, a linha existente do Norte e eventualmente no futuro uma ligação a uma moderna linha do Oeste", sustentou.

Durante a sua intervenção no seminário "Planeamento de Infra- Estruturas de Transporte na Área Metropolitana de Lisboa", Jorge Gaspar criticou os atrasos em relação ao comboio de alta velocidade, afirmando que já devia estar a funcionar "há muito tempo".

"Na linha do Norte devia-se ter investido no TGV e tinha-se hoje outra dinâmica de desenvolvimento no espaço do Oeste e no litoral da região centro, que são as áreas mais dinâmicas e com mais futuro e com maior potencial de crescimento no país", acrescentou.

Relativamente ao traçado do TGV Lisboa-Barcelona-Madrid, Jorge Gaspar considera que foi uma "má escolha".

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Para o especialista em ordenamento do território, o traçado do TGV devia ser Lisboa-Cáceres-Madrid para evitar não só o aumento do número de quilómetros, mas sobretudo o aumento do número de paragens.

Com o actual traçado, a viagem poderá ultrapassar as três horas, o que faz perder a competitividade e pode levar as pessoas a continuarem a preferir o avião, o que seria uma "grande fracasso", sublinhou.

Jorge Gaspar defendeu ainda um maior aproveitamento da ligação ferroviária e fluvial entre as duas margens do Tejo, considerando não haver necessidade de uma terceira travessia.

"Acho que para já não há necessidade de ter uma terceira travessia, porque ainda há muito a explorar na ligação ferroviária e no transporte fluvial", frisou.

Se estas duas vertentes forem exploradas, "vamos ter melhores condições de travessia rodoviária na Ponte 25 de Abril que é a única que levanta problemas neste momento", concluiu.

Presente no seminário, o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional afirmou que os transportes e as acessibilidades são o suporte essencial do desenvolvimento e que este não acontece "sem passos grandes nesta matéria", defendendo que onde há necessidade os transportes devem ser providenciados.

Nunes Correia criticou ainda o "planeamento em betão" que se faz no país.

"O planeamento deve anteceder a realização de obras e muitas vezes isso não acontece", adiantou o ministro, comentando que primeiro constrói-se e depois aceitam-se as consequências dessa construção.

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