O Tribunal do Cartaxo profere quarta-feira o acórdão do julgamento do homicídio de um detido no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, num caso que envolve como arguidos outros nove reclusos, noticia a Lusa.
Os suspeitos do homicídio, entre os quais um moldavo, são todos condenados com penas de prisão pesadas, por crimes de sangue, assaltos à mão armada e extorsão. No despacho de pronúncia, está ainda acusado outro arguido, de nacionalidade marroquina, por favorecimento pessoal, já que terá escondido a roupa de um dos suspeitos que estava manchada de sangue.
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Os arguidos são acusados de terem agredido mortalmente um outro recluso com objectos perfurantes após um jogo de futebol que opôs dois grupos organizados que disputavam a primazia na comunidade prisional.
O homicídio terá ocorrido cerca das 17:40 do dia 06 de Novembro de 2003, quando um dos reclusos, então com 33 anos e com a alcunha de «China», foi assassinado com objectos perfurantes que depois foram escondidos pelos presos.
Um outro elemento, amigo da vítima, foi abordado pelo grupo agressor poucos minutos depois, tendo sido violentamente espancado, necessitando de receber tratamento hospitalar, refere a acusação do processo.
Segundo as autoridades, este segundo recluso só não morreu porque o grupo de agressores já não tinha na sua posse as facas improvisadas que causaram a morte do primeiro elemento. O crime ocorreu no primeiro piso da ala D do estabelecimento prisional, que conta com mais de meio milhar de reclusos.
O julgamento teve início a 11 de Outubro de 2006 e, ao longo das várias sessões, foi objecto de uma forte vigilância policial, devido ao risco de fuga ou desacatos durante as audiências.
O colectivo de juízes é presidido por Eduardo Azevedo, coadjuvado por Maria José Cortes e Teresa Catrola, enquanto a acusação está a cargo do procurador do Ministério Público António Augusto Artilheiro. A leitura do acórdão está agendada para as 14:30 de quarta-feira.
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