Já fez LIKE no TVI Notícias?

BE: militantes acusam direcção de ceder a PS

Acordo para a Câmara de Lisboa suscitou críticas violentas

O acordo alcançado entre o PS e o Bloco de Esquerda para a Câmara de Lisboa suscitou críticas violentas por parte de alguns elementos da Mesa Nacional ligados à Ruptura-FER e aos sindicalistas, noticia a Lusa.

O texto final do acordo foi apresentado terça-feira à noite pela direcção bloquista numa reunião da concelhia de Lisboa, tendo sido aprovado por maioria, com seis votos favoráveis e quatro contra, disse à Lusa fonte do BE.

PUB

Na reunião da concelhia, dois elementos ligados à Ruptura-FER entregaram uma carta à direcção pedindo ao vereador eleito, Sá Fernandes, que não subscrevesse o acordo.

Depois disso, o texto foi novamente a votos na reunião da comissão política do BE, sendo aprovado por maioria, de acordo com fonte bloquista.

«Apoio ao Governo do PS»

Em declarações à Lusa, Gil Garcia, da Ruptura-FER, corrente que, aliada a um movimento de independentes e sindicalistas, elegeu no último congresso do BE 12 elementos em 80, defendeu que o acordo «vai no sentido contrário à orientação política» aprovada na convenção de Junho.

«Com este acordo, o Bloco cedeu ao PS e não se afirma como alternativa socialista ao Governo de Sócrates. Este acordo com António Costa, que foi o número dois do Governo, representa indirectamente um apoio ao Governo do PS», afirmou Gil Garcia.

O ponto do acordo sobre o plano e orçamento camarários foi o que mereceu mais dúvidas por parte dos críticos. Gil Garcia afirmou recear que o BE não tenha garantido a liberdade de voto em relação àqueles instrumentos.

PUB

Enquanto a proposta inicial do BE, a que a Lusa teve acesso, previa «inteira liberdade de voto», o texto final do acordo refere que «os subscritores elaborarão os planos e orçamentos» (...) com base numa «convergência entre os programas eleitorais».

Este dirigente do BE adiantou que um grupo de elementos eleitos para a Mesa Nacional irá divulgar uma posição conjunta ainda hoje contra o acordo entre o PS e o BE na autarquia.

«Não se pode ignorar que este acordo, estas eleições tiveram uma dimensão nacional e que este acordo terá implicações nas próximas eleições em 2009, tanto as autárquicas como as legislativas», destacou.

Leitura nacional do acordo

Por seu lado, Isabel Faria, da área sindical, também fez uma leitura nacional do acordo em Lisboa e afirmou que apesar de «compreender a vontade de Sá Fernandes em fazer um acordo para a cidade», dificilmente entende «essa disponibilidade por parte do Bloco» para acordos com o «PS de António Costa».

«Como é que em 2009 nos afirmamos como alternativa socialista ao Governo do PS se na Câmara de Lisboa apoiamos um presidente da câmara que foi o número dois do Governo PS», questionou.

PUB

Últimas