Francisco Louçã desafiou, esta sexta-feira, José Sócrates a confirmar ou não as declarações de Vieira da Silva sobre alegada espionagem política. «Houve espionagem política ou não houve espionagem política? Não podemos fazer afirmações públicas e depois não esclarecer intervenções públicas», questionou directamente Francisco Louçã.
O líder do Bloco de Esquerda aproveitou ainda primeiro debate quinzenal com o Governo desta legislatura para questionar, de forma irónica, José Sócrates se «fez queixa judicial, como é devido, contra o gravíssimo crime de espionagem política de que foi vítima».
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José Sócrates respondeu a Louçã manifestando confiança na Justiça. «Tenho confiança que saberá perseguir os criminosos que violam o segredo de justiça», disse, acrescentando que «nunca aproveitaria esses crimes para efeitos de arremesso político».
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Louçã reiterou a questão inicial, sublinhando que «não queremos saber de escutas nenhumas. Ou elas interessam ao tribunal, ou não interessam a ninguém». «Mas eu não falei de fuga ao segredo de justiça, falei de espionagem política, que é um crime gravíssimo e houve uma acusação feita por dois ministros que ou autoriza ou desautoriza. Há um juiz de Aveiro e magistrados do Ministério Público que terão conduzido um processo de espionagem política contra si», interrogou o líder do BE.
«O senhor não confirma as palavras dos seus ministros. Acho bem. Mal estaria o país se se virasse para Belém e ouvisse falar de escutas e se virasse para São Bento e ouvisse falar de espionagem. O país está farto de políticas incendiárias», afirmou.
O tema da «Face Oculta» já era esperado neste primeiro debate quinzenal e nem sequer foi trazido ao plenário pelo Bloco de Esquerda. A primeira intervenção a suscitar o tema foi a de Manuela Ferreira Leite, que acabou por provocar uma acesa troca de palavras entre o primeiro-ministro e bancada parlamentar do PSD.
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