«O que o Evo precisa de pensar, e o que eu tenho conversado com ele, é que, ao fazer o discurso para sua gente, ele leve em conta que há parceiros e que, portanto, o discurso que ele faz para sua gente não pode truncar uma relação histórica entre Brasil e Bolívia. (...) A necessidade da radicalidade oral é incompatível com a necessidade de bom senso de quem governa», afirmou Lula da Silva.
O Presidente brasileiro reforçou que a Petrobras recorrerá aos tribunais internacionais para defender um preço justo pelas duas refinarias que o Brasil mantém na Bolívia, avança a «Lusa».
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Hoje termina o prazo que o Brasil concedeu a Bolívia para uma resposta sobre a proposta da Petrobras de vender 100 por cento das acções das duas refinarias à estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
A Petrobras pede um valor de cerca de cerca de 215 milhões de dólares (158,7 milhões de euros), enquanto a Bolívia quer pagar apenas 70 milhões de dólares (51,6 milhões de euros).
«Evo (Morales) tem uma preferência de ajudar a maioria da Bolívia, que são os indígenas. Então, tudo bem. Mas isso não pode chocar, ser um obstáculo a uma boa relação entre o Estado brasileiro e o Estado boliviano», sublinhou Lula da Silva.
O Presidente brasileiro destacou a necessidade de fortalecer o Mercosul e de ajudar o Uruguai e Paraguai, países do bloco economicamente mais frágeis.
«Aí a responsabilidade é do Brasil e da Argentina».
Nós trouxemos a Venezuela para o Mercosul e, queremos trazer Bolívia, Equador, Colômbia e Chile. Queremos transformar a América do Sul num bloco unido politicamente, economicamente.
A gente tem de sonhar em ter uma moeda única, um banco único, referiu, destacando a necessidade de definir correctamente o que os sul-americanos querem do Banco do Sul.
Questionado se a adopção de uma moeda única sul-americana não atrapalharia a relação com os Estados Unidos, o Presidente Lula negou.
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