Já fez LIKE no TVI Notícias?

Quem é Miguel Pinto Luz, o opositor interno de Luís Montenegro que passou a ministro

Fez parte da maçonaria e foi o número dois de Carlos Carreiras na Câmara de Cascais desde 2017. Agora vai liderar a pasta das Infraestruturas e Habitação

Foi oposição interna a Luís Montenegro, a quem chamou uma “solução de passado” que não trazia “rigorosamente nada de novo para cima da mesa” durante as eleições internas no PSD, em 2020. Quando saiu derrotado acabou por aproximar-se de Luís Montenegro, tornou-se vice-presidente do partido e acabou por ser escolhido como cabeça-de-lista do PSD pelo Algarve e vai herdar a pasta das Infraestruturas e Habitação.

Tem 47 anos, reside em Cascais e é licenciado em Engenharia Eletrotécnica e Engenharia Informática pelo o Instituto Superior Técnico e tem um mestrado em Rede Informáticas.

PUB

Quando era jovem Miguel Pinto Luz foi filiado na maçonaria, mas garante que já não tem qualquer ligação há mais de dez anos. Em 2020, confrontado por Rui Rio de ter obediência à maçonaria durante as eleições internas, o então candidato desvalorizou. “Não tem mais [influência] do que o Benfica. Não sou benfiquista, mas acho que o Benfica tem mais influência do que a maçonaria”, disse em entrevista ao Expresso.

No PSD ocupou vários cargos. Foi membro da Comissão Política Nacional do partido, é Conselheiro Nacional do PSD e foi vice-presidente da Câmara de Cascais, de 2017 a janeiro deste ano. Fez parte do executivo do PSD de Pedro Passos Coelho onde ocupou o cargo de secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações.

É devido a esta experiência que Luís Montenegro atribui a Miguel Pinto Luz algumas dos temas mais sensíveis da governação, que envolvem decisões relacionadas com a venda da TAP, a decisão sobre a construção do novo aeroporto de Lisboa ou a crise na habitação.

PUB

Em 2019, concorreu contra Rui Rio e Luís Montenegro pela liderança do partido, criticando ambos os candidatos como sendo “soluções do passado”, com discursos “bacocos”, e atacou o que disse ser o “medo do politicamente correto” que existia no PSD. No entanto, disse que via em Luís Montenegro a possibilidade de juntar “todas as siglas da direita” para garantir uma maioria, abrindo as portas a uma aliança com o Chega.

“É possível chegar à maioria absoluta, mas temos de ter um discurso novo, sem medo do politicamente correto. Por exemplo, esta coisa de colocar linhas vermelhas em relação ao Chega... Que diabo! Mas quais linhas vermelhas?”, questionou.

Dois anos depois, novas eleições no PSD e Montenegro procura a “unidade” do partido chamando para si o seu antigo adversário. Pinto Luz, que em 2021 apoiou a candidatura de Paulo Rangel contra Rui Rio, aceitou e tornou-se o número dois de Montenegro na eleição interna contra Jorge Moreira da Silva. Desde então passou a aliado indispensável e um dos elementos com o acesso aos grupos de WhatsApp e aos círculos mais restritos das tomadas de decisão do partido.

Esteve no meio de uma polémica interna com a decisão de Montenegro de o tornar cabeça de lista da Aliança Democrática no Algarve, para as eleições legislativas de 10 de março. Questionado sobre a aparente falta de ligações à região, o político defendeu-se, garantindo que o avô paterno era algarvio e que o pai reside no Algarve.

Para trás parece ter ficado a posição do social-democrata para com o Chega. Numa entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, o vice-presidente social-democrata defendeu a posição do líder do PSD em relação ao Chega, defendo que “não é não”. “Com Luís Montenegro, não é não. Se não fosse assim, estaríamos muito mal (…). Era o início do fim da política como a conhecemos. Luís Montenegro nunca mudou a sua posição. Foi correto, direto e nunca vacilou e não vacilará daqui para a frente”, garantiu.

PUB

Últimas