Depois de um arranque pobre em termos de público, muito por culpa do mau-tempo, o segundo dia do Super Bock Super Rock Porto acabou por ser bem diferente. Desta vez a chuva ficou de fora e milhares de portuenses não quiseram faltar à chamada, numa noite em que a estrela maior foi Jay Kay e os seus Jamiroquai.
Entre os fãs do músico inglês que assistiram ao concerto contavam-se os Brand New Heavies, a banda que deu as boas-vindas aos festivaleiros a partir das 19h00. A bem disposta vocalista N'Dea Davenport agarrou a atenção dos primeiros visitantes, prontos para dançar ao som do funk dos londrinos.
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Seguiram-se os Clã, a jogar em casa, que adaptaram o espectáculo da digressão de «Cintura» ao SBSR. Manuela Azevedo esteve eléctrica como sempre e o público correspondeu com energia, especialmente em «Tira a Teima», «H2omem» e «G.T.I.». A banda portuense brindou ainda os seus fãs com uma bem conseguida versão de «Golden Skans», um original dos Klaxons, fruto do projecto 3 Pistas da Antena 3.
Vozes femininas em destaque
Nova banda em palco e mais uma voz feminina, a terceira da noite, a brilhar no festival. A francesa Manda, vocalista oficial dos Morcheeba durante a tournée de promoção ao novo disco «Dive Deep» deu conta do recado mesmo em temas imortalizados na voz de Skye Edwards, como «Rome Wasn't Built In A Day». E ainda deve ter ouvido um ou outro piropo vindo da assistência, enquanto dançava ao som da música criada pelos irmãos Godfrey.
E já que falamos em piropos, o senhor que se seguiu, o jovem Paolo Nutini, descobriu que conta com uma base considerável de fãs do sexo feminino na Cidade Invicta. A actuar pela primeira vez em Portugal, o músico escocês, adepto ferrenho do Celtic de Glasgow e do «nosso» Jorge Cadete, foi recebido com gritos de emoção e até teve direito a uma rosa atirada desde a plateia.
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Nutini quis ir para além de «These Streets», disco de 2006 que lhe valeu o terceiro lugar na tabela de vendas britânica, e apresentou um espectáculo carregado de elementos folk, num pop rock descontraído e sem pretensões, ideal para um público que queria dançar para afastar o frio. Para além de temas conhecidos, como o single «Jenny Don't Be Hasty», o escocês e a sua banda mostraram ainda novas canções a incluir no segundo álbum de estúdio, que deverá chegar às lojas em Setembro.
A consagração dos Jamiroquai
Não foi preciso chegar às 23h30, altura em que os Jamiroquai entraram em cena, para confirmar que a banda de Jay Kay era a mais esperada de todo o festival. O recinto estava finalmente com a «cara» do Super Bock Super Rock a que nos habituámos em Lisboa.
No regresso ao nosso país, Jay Kay apenas poderá ter desapontado os fãs dos seus chapéus extravagantes. Um barrete preto serviu para completar a fatiota desportiva (fato de treino preto com riscas douradas) do irrequieto cantor que fez uns bons quilómetros em palco.
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O funk tomou conta do SBSR e os Jamiroquai lançaram trunfo após trunfo num alinhamento de greatest hits. «Cosmic Girl», «Deeper Underground» e «Little L» conquistaram uma plateia atenta ao que de melhor a banda fez durante os últimos 16 anos. No final, e apesar de 1h45 de espectáculo, muitos foram os que pediram por mais, entre assobios e comentários de que «soube a pouco».
Se o primeiro dia de concertos terminou com os Xutos & Pontapés, as honras de fecho do SBSR Porto couberam a Jorge Palma. Temia-se a debandada geral após o fim da actuação dos Jamiroquai, mas a maioria dos festivaleiros fez mesmo questão de assistir ao espectáculo do cantautor português.
De «Jeremias» até «A Gente Vai Continuar», passando por «Dá-me Lume» e «Encosta-te a Mim», Jorge Palma recordou êxitos deste e de outros tempos, cantados por novos e velhos.
Os mais resistentes tiveram música até às 04h00 com SexySoundsystem. Depois foi mesmo tempo de dar por encerrado o 1º Acto do festival. O SBSR regressa a Lisboa na quarta-feira para um dia dedicado ao metal.
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