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«A única esperança que tenho é que o governo se demita»

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Pedro Abrunhosa critica os cortes no financiamento do estado à Casa da Música, que levaram à demissão em bloco da administração da instituição

O músico Pedro Abrunhosa considerou «absolutamente compreensível» a demissão da administração da Casa da Música, instituição cujo futuro «está comprometidíssimo» e que teme ver privatizada, afirmando que a «única esperança» que tem no governo é que «se demita», noticia a agência Lusa.

Todos os membros do conselho de administração da Casa da Música, no Porto, renunciaram na terça-feira aos respetivos mandatos, devido aos cortes anunciados pelo governo para 2013, nas transferências de verbas para a fundação.

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Contactado pela agência Lusa, Pedro Abrunhosa considerou que «a demissão é absolutamente compreensível porque já é uma questão de dignidade», esperando que «a programação da Casa da Música não vá ficar afetada e que se encontre uma solução rápida».

«Eu com este governo não tenho nenhuma esperança. A única esperança que eu tenho é que o governo se demita», disse, criticando o «orçamento ridículo e insultuoso para todos os portugueses» destinado à cultura.

O compositor foi mais longe: «eu temo pelo futuro da Casa da Música e não estou a ironizar. Tenho medo que transformem a Casa da Música numa igreja, num supermercado, num shopping, num ringue de patinagem. Deste governo e desta autarquia eu espero todo o tipo de "bandidagem", não espero mais nada».

Por isso, Abrunhosa considera que «o futuro da Casa da Música está comprometidíssimo porque com esta desorçamentação o apetite sobre a instituição é muito».

«Tenho medo do que se passa nos gabinetes em termos de voracidade sobre a Casa da Música. Eu tenho medo da privatização da Casa da Música. Estamos a viver um momento negro», enfatizou.

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Para o músico «a partir do momento em que acabaram com o ministério da Cultura começou-se este processo de "bandidagem", de depauperação do património cultural».

«Este Orçamento do Estado tem um secretário de Estado da Cultura a gerir a parte que lhe cabe, que é pouco mais de 0,1 por cento, e que nem sequer tem assento no Conselho de Ministros», criticou.

Os administradores da Casa da Música - incluindo o presidente Nuno Azevedo - tomaram a decisão, por considerarem que «deixaram de estar reunidas as condições que, até hoje, garantiram o sucesso da fundação».

A Secretaria de Estado da Cultura lamentou terça-feira a renúncia dos administradores da Casa da Música e manifestou empenho na continuação do projeto.

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