A chuva ainda ameaçou mas acabou por não estragar o quarto dia de concertos no Rock in Rio Lisboa 2012, marcado sim pelos dois grandes concertos de Bryan Adams e de Stevie Wonder perante uma plateia de 73 mil pessoas.
Na penúltima etapa do festival, os The Gift tomaram o Palco Mundo debaixo de uns generosos raios de sol por volta das 19h00. A banda portuguesa regressou aos concertos após a gravidez da vocalista Sónia Tavares e matou as saudades do palco com uma atuação que juntou temas do passado («Music») às cores mais recentes da palete sonora dos The Gift («RGB»).
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Quem traz sempre frescura ao Rock in Rio é a menina bonita da soul britânica, Joss Stone, que quatro anos depois voltou ao festival. De longo e esvoaçante vestido violeta, a cantora apresentou-se com a simpatia e simplicidade de sempre, sem descurar numa voz que continua a apaixonar os portugueses.
Num espetáculo que passou por «Don't Cha Wanna Ride», «You Had Me» e «Fell In Love With a Boy», Joss Stone despediu-se com sorrisos depois de um «Right To Be Wrong» com direito a coro de milhares de vozes da plateia.
Já depois das 22h00, foi a vez de recordar alguns dos clássicos do rock dos anos 1980 e 90 pela voz e guitarra de Bryan Adams. O músico canadiano até esteve recentemente no Pavilhão Atlântico, em dezembro, mas voltou a mover uma considerável legião de fãs até ao Rock in Rio.
O apelo à nostalgia em «Somebody», «Can't Stop This Thing We Started» e «18 Til I Die» embalou facilmente uma atuação com tudo para correr bem na passagem por «Back To You», «Summer of 69» e pela balada «(Everything I Do) I Do It For You». Letras decoradas há muito por graúdos, mas também pelos seus miúdos, e poucos foram os refrães que não foram acompanhados em uníssono pelos seguidores de Bryan Adams.
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A noite acabou por ser ainda mais especial para uma fã chamada ao palco para cantar «When You're Gone» com o canadiano. Pura coincidência ou momento ensaiado, a verdade é que Vanessa Silva não era uma jovem qualquer e, como cantora profissional (participou recentemente num musical de Filipe La Féria), esteve à altura da ocasião naquele que disse ser o seu «maior sonho de sempre».
E depois de mais de hora e meia de rock, o encore foi feito apenas com Bryan Adams na guitarra acústica, já sem a sua banda em palco, para mais um teste à afinação do público português em «Straight From The Heart» e «All For Love», este último iluminado por milhares de telemóveis a pedido do canadiano. «Beijinhos», lançou Adams, em bom português, no derradeiro adeus ainda antes da meia-noite.
A partir de então, a espera foi longa. Durante mais de uma hora os fãs de Stevie Wonder não tiveram outra solução senão aguardar pelo início do concerto sem sequer saberem ao certo quando tal iria acontecer (a falta de informação sobre os horários das atuações é uma grande falha).
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Já passava da 1h00 da manhã quando o músico norte-americano foi finalmente recebido de braços abertos por uma plateia com energia suficiente para dançar ao som de «Master Blaster» e «Signed, Sealed, Delivered I'm Yours». Em solo de keytar no chão ou improvisando ao piano ao sentir alguns chuviscos que teimaram em regressar, Stevie Wonder criou momentos mágicos que fizeram as delícias daqueles que foram resistindo ao avançar da hora.
Houve «The Way You Make Me Feel», de Michael Jackson, uma breve passagem por «Hello, I Love You», dos Doors, e «Isn't She Lovely», escrita pelo músico aquando do nascimento da sua filha e agora celebrada com a própria, Aisha Morris (que é uma das coristas), ao seu lado.
O piscar de olho ao Brasil também se revelou certeiro, animando a plateia por momentos ao som de «Garota de Ipanema» e «Você Abusou». «I Just Called To Say I Love You» era provavelmente a canção mais esperada e foi celebrada como tal antes do regresso à dança com «Superstition».
Sempre sorridente, Stevie Wonder não se cansou de lembrar: «Amo-vos». Sentimento recíproco no abanar de ancas dos fãs numa noite de sucesso.
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