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Marcelo Rebelo De Sousa diz que é negativo para Passos Coelho a dívida que tinha à segurança social. O comentador da TVI confessa não perceber como tal aconteceu, considera que há ainda muito por explicar e afirma também não entender como é possível pagar uma dívida prescrita.
«Isto para mim é chinês, não percebo. A pessoa para pagar os impostos não precisa de ser notificada para pagar. Sabe que tem de pagar. Não pagou, ponto final, parágrafo. Durante cinco anos não pagou», afirmou o comentador da TVI, acrescentando que também não percebeu «a explicação do ministro dos assuntos sociais».
«A dívida prescreveu, prescreveu. Não há dívida. Como é que alguém recebe uma dívida prescrita? Aparentemente pagou quando começou a investigação. Já era primeiro-ministro há três anos e tal. Como é que é possível em Portugal, as pessoas irem para primeiro-ministro e não haver uma investigação cuidadosa aquilo que pagaram e não pagaram de impostos e de segurança social anteriormente. É obviamente negativo para Passos Coelho mesmo pagando voluntariamente quando percebeu que tinha de pagar ou entendeu que devia pagar. É negativo isto ter acontecido».
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«Em Passos Coelho há sempre dois Passos Coelho. Ele não resiste a ser analista político. Ele não resistiu a dizer se não houver maioria absoluta. Devia ter dito: para mim é só maioria absoluta. Ponto. Não há segundo cenário. Ele disse: «há vários outros cenários até um governo com o PS». Ao dizer isso ele cria dois problemas, o primeiro é torna a posição do CDS um pouco incomoda, segundo, põe-se nas mãos do PS e do António Costa, que veio logo dizer que não. Quando ele estava numa posição acima, depois da gaffe de António Costa, supondo que era só gaffe, ele pura e simplesmente devia apontar para a maioria absoluta. Não admitir outro cenário»
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Isso é altamente indesejável«Devia haver algum pudor em termos de governo. Pudor neste sentido, as pessoas deviam ter o cuidado de não fazer declarações nessa matéria, mas não há. A razão por que eu critico Passos Coelho quando ele disse que era um conto de crianças é que Passos Coelho estava a falar como primeiro-ministro e não como líder partidário.»
«Costa ou não diz nada ou tem de ser cuidadoso a dizer as coisas»
Depois de muita polémica sobre as declarações de António Costa perante a comunidade chinesa, Marcelo Rebelo de Sousa diz que o líder do PS tinha de encontrar uma expressão coerente com a demarcação que tem feito do governo.
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«Havia várias maneiras de dizer o que ele aparentemente queria dizer. Se ele queria dizer que é importante o papel do investimento chinês em Portugal e queria dizer que esse investimento tinha contribuído em certos setores chaves da economia, de uma forma positiva para o país, tinha de encontrar uma expressão que fosse coerente com a demarcação que tem tido em relação ao governo. Ou fala como quem já se vê como primeiro-ministro e portanto já assume as dores de primeiro-ministro. Se é assim, ou não diz nada ou é cuidadoso em dizer coisas redondas. Se ele quer pensar já como primeiro-ministro, então reduz ao mínimo as suas promessas para não ter de violar as promessas no dia seguinte e tem muito cuidado no discurso que faz», considerou o antigo líder social-democrata.
«Para um futuro primeiro-ministro, não diria que o sítio ideal para fazer declarações relativamente às relações com os investidores chineses é um casino. Numa reunião privada há 100 telemóveis que nos aguardam. Penso que não lhe saiu bem.»
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