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Urgências: fechos feitos com «mapa da Michelin»

O deputado do PCP, Agostinho Lopes, criticou reorganização das urgências

O deputado do PCP, Agostinho Lopes, considerou esta sexta-feira, em Bragança, que a reorganização das urgências foi feita com um mapa sem ter em conta a realidade das populações, escreve a Lusa.

«A Comissão Técnica fez certamente isto num mapa da Michelin, onde até pode parecer perto, mas é evidente que há utentes que ficarão a mais de 60 minutos do estabelecido pela própria Comissão», afirmou.

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O deputado comunista visitou o segundo distrito com maior área do país, onde está previsto para 25 de Abril o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) nos centros de saúde.

Com o encerramento deste serviço, as urgências ficam resumidas a Norte da região, aos hospitais de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela.

O deputado do PCP- partido que não tem nenhum eleito por Bragança na Assembleia da República - encontrou-se hoje com a direcção do hospital de Mirandela e a coordenadora da Sub-região de Saúde de Bragança.

Segundo o deputado, «as entidades com responsabilidade no sector, desconhecem ainda com rigor o que vai acontecer relativamente às urgências e centros de saúde».

A nível local, o protocolo celebrado entre a Administração Regional de Saúde (ARS) Norte e a Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros tem motivado polémica.

O gabinete do ministro da Saúde, Correia de Campos, confirmou recentemente à Lusa que o protocolo é para cumprir, prevendo-se que os SAP encerrem a 25 de Abril, passando a funcionar a «consulta aberta», mas não durante a noite.

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Prevê ainda meios alternativos que só começarão a chegar meio ano depois, nomeadamente duas ambulância SIV (Suporte Imediato de Vida), em Outubro, e outras duas com um helicóptero, em Janeiro.

Para Agostinho Lopes, «é inaceitável que se avance para o encerramento sem antes se avançar com as alternativas».

Critica ainda a forma como o ministério está a conduzir as reformas a nível nacional, «às fatias encerrando primeiro as maternidades, depois urgências e agora os SAP».

Os comunistas defendem que «esta reforma devia ser feita com uma visão integrada» e criticam ainda que o ministro Correia de Campos «esteja agora a negociar peça a peça», referindo-se aos protocolos que têm sido celebrados entre o ministério da Saúde e cada câmara.

O deputado criticou ainda os últimos artigos de Correia de Campos publicados na imprensa, em que o ministro refere que «os SAP são falsas urgências».

«Andava enganado quem hoje critica porque é que o 112 encaminhava os sinistrados para os SAP, se não eram urgências», questionou.

Para o deputado do PCP, o que está em causa para o Governo «é claramente poupar dinheiro, mas à medida que anuncia encerramento aparecem os privados a quererem investir».

«A não ser que alguma doença tivesse dado aos investidores, é porque há mercado de saúde», considerou.

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