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Casa Pia: ex-alunos contra Catalina

Estão «indignados» pela «forma desrespeitosa, insensata e inorportuna» como se referiu à instituição

O Conselho de Ex-Alunos da Casa Pia manifestou-se esta segunda-feira «indignado» pela «forma desrespeitosa, insensata e inorportuna» como a ex-provedora Catalina Pestana se referiu à instituição em entrevista ao semanário Sol, a 5 e 13 de Outubro, escreve a Lusa.

Na primeira parte da entrevista ao Sol, publicada a 5 de Outubro, a ex-provedora da Casa Pia de Lisboa afirmou não ter «dúvidas nenhumas de que ainda existem abusadores internos» na instituição e que participou as suas suspeitas ao procurador-geral da República, Pinto Monteiro, que já confirmou a abertura de um inquérito-crime.

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A ex-provedora adiantou, também, que tem «fortes suspeitas de que redes externas continuam a usar miúdos da Casa Pia para abusos sexuais».

No passado sábado, Catalina Pestana disse ao Sol acreditar que o julgamento do caso de pedofilia envolvendo alunos da instituição está a demorar «porque era preciso» aguardar por leis penais alegadamente mais brandas, aludindo aos novos Códigos Penal e de Processo Penal, que entraram em vigor a 15 de Setembro.

Em comunicado hoje divulgado, o Conselho de Ex-Alunos considera que «é hoje uma realidade que a Casa Pia, desde a nomeação de Catalina Pestana, que mereceu o apoio incondicional de quem a nomeou, viveu um dos períodos mais negros da sua história, pondo em risco a sua própria sobrevivência».

«As decisões tomadas degradaram a qualidade de ensino sempre reconhecida pelos pedagogos em particular e pela sociedade portuguesa em geral, de que resultou a perda sucessiva e significativa de educandos», refere a nota, assinada por Cecília Monteiro, João Castilho, Luís Figueiredo e Vítor Sebra Franco.

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Segundo o Conselho de Ex-Alunos casapianos, tais «decisões também degradaram a qualidade da gestão e, não obstante a grande redução do número de alunos, houve um aumento significativo de custos para a instituição».

«No que se refere ao problema da pedofilia, os resultados também não foram eficazes porque, apesar de todos os meios disponibilizados, alunos da instituição foram vítimas de pedófilos já julgados e condenados», salientam os autores do documento.

O Conselho de Ex-Alunos entende que todos «os actos de pedofilia devem ser de imediato denunciados, por quem tem conhecimento, às entidades judiciais competentes, pois só a estas compete investigar, acusar, julgar e condenar os infractores».

Apesar de «discordar de algumas opções relativas ao futuro da Casa Pia de Lisboa», o Conselho de Ex-Alunos acredita que é possível a «instituição retomar os objectivos para que foi criada, tendo agora em consideração os novos desafios sociais e educacionais».

«Em suma, a saída de Catalina Pestana só peca, lamentavelmente, por tardia, pois nunca entendeu a função da Casa Pia de Lisboa e dos casapianos na sociedade portuguesa», conclui o Conselho de Ex-Alunos.

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