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Jardim volta a pedir suspensão de mandato como deputado

Presidente cessante do Governo Regional da Madeira alega «cansaço»

Confrontado que era uma decisão tomada a pouco meses da Assembleia da República terminar a sua legislatura, Alberto João Jardim respondeu: «mas pedi a suspensão, por enquanto», lembrando que «o dr. Salazar ainda foi ao Parlamento nacional durante três dias e, como sabem, não gostou, veio embora». Alberto João Jardim manifestou ainda a opinião que a Madeira regressará «a antes da monarquia constitucional se for tragicamente mergulhada num monopólio regional de informação», referindo-se ao eventual desaparecimento do Jornal da Madeira (JM), de que foi diretor e assíduo colunista. O presidente cessante considerou ainda que «quem o consentir estará a matar as liberdades cívicas conquistadas pelo povo madeirense nestas ultimas décadas».

O presidente cessante do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, revelou este sábado que pediu a suspensão do mandato como deputado à Assembleia da República por «cansaço».

À margem da inauguração de um hotel no concelho da Calheta, Alberto João Jardim deu a conhecer a sua posição em vésperas de deixar o cargo de presidente do Governo Regional: «tornei a pedir a suspensão do mandato».

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«Estou muito cansado para ir para a Assembleia da República neste momento», disse.

«Eu, cá, ainda não pus lá os pés», realçou, admitindo, no entanto, que «se me passar o cansaço».

No discurso que proferiu na sua última inauguração - o quatro estrelas Saccharum Hotel Resort & SPA - alertou que se a Região regredir nas políticas que implementou ao longo os últimos 37 anos, não restará ao povo madeirense senão fazer uma revolução.

«Espero que, depois da nossa revolução tranquila, não suceda a desgraça de voltarmos ao passado e ao domínio económico-social que as minhas políticas travaram. Se assim suceder, outro caminho não resta ao povo madeirense senão o de uma revolução politica», declarou.

O novo presidente do Governo Regional já disse, no entanto, que o JM será privatizado.

«A par da informação controlada pela República Portuguesa estaríamos ilegitimamente arrastados para o domínio de um grupo económico e seus associados», acrescentou.

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«Quem o consentir estará a nos empurrar para uma regressão social que, em oposição, justifica que se reaja revolucionariamente», defendeu, concluindo que «o arquipélago não pode andar sujeito às amarras coloniais impostas pela República Portuguesa e com as quais será um erro trágico porventura transigir».

João Jardim expressou, contudo, a sua convicção de que «o novo ciclo que agora se inicia na Madeira dará continuidade ao progresso e às liberdade» de que se orgulha «ter institucionalizado no arquipélago».

O governante madeirense cessa, segunda-feira, as suas funções de presidente passando o testemunho a Miguel Albuquerque eleito, nas eleições internas do Partido Social Democrata (PSD) realizadas a 29 de dezembro, líder do partido e, designado, posteriormente, nas eleições legislativas regionais antecipadas de 29 de março, presidente do Governo Regional da Região Autónoma da Madeira.

Na segunda-feira e perante a Assembleia Legislativa, primeiro órgão de governo próprio da Região Autónoma da Madeira, Miguel Albuquerque assume o cargo de presidente do Governo Regional.

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Ao ter cumprido, a 10 de junho de 2014, 13.310 dias de poder, desde que assumiu a presidência do Governo Regional a 17 de março de 1976, Alberto João Jardim tornou-se no político português com mais tempo no poder desde 1910, ultrapassando Oliveira Salazar.

Na altura [10 de junho de 2014], Alberto João Jardim atingiu, então, 36 anos e 85 dias, ultrapassando, em mais um dia, o fundador do Estado Novo que esteve no poder entre 05 de julho de 1932 e 27 de setembro de 1968.

Na segunda-feira, Alberto João Jardim termina os seus consecutivos mandatos, sempre sufragados por eleições, cumprindo, nesse dia, 13.625 dias de poder.

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