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António Costa quis ir - e assumiu - direto ao assunto do dia: "um facto da maior importância", o rombo que o Novo Banco provocou no défice, aumentando-o para 7,2% em 2014 e 4,7% nos primeiros seis meses deste ano, quando a meta do Governo é fechar 2015 com 2,7%. Num discurso efusivo, atacou a dupla Passos & Portas, mas descaiu-se no adjetivo que utilizou na referência à herança do ex-Governo de José Sócrates.
"Hoje ficámos a saber que falharam ainda um outro objetivo: (reduzir) o enorme défice que receberam em 2011" (7,4%)
O deputado João Galamba já tinha dado combustível ao tema do défice e do Novo Banco ontem, no comício de Viseu, Costa pegou na deixa e acabou por ser Pedro Nuno Santos, que também integrou a comissão de inquérito ao BES, o primeiro a reagir aos números do INE, conhecidos precisamente hoje.
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Os discursos do líder do PS, ao almoço, em Águeda, e ao jantar, já em Vila do Conde, foram dedicados ao mesmo tema, para atacar o Governo. E o motor do discurso ia a toda a velocidade quando Costa deixou escapar o "enorme" défice socialista.
O lapso - e de muitos lapsos se tem falado nesta campanha - não o impediu de meter a sexta mudança e provocar vários aplausos quando se referiu, nomeadamente, ao vice-primeiro-ministro, comentando a sua reação ao impacto do Novo Banco nas contas públicas:
"O primeiro, sempre mais rápido, foi o Dr. Portas e veio explicar que não, isto não tem importância nenhuma, que é um mero registo contabilístico. Mas não era um mero registo contabilístico quando tivemos de registar os submarinos que o senhor comprou? E não era um mero registo contabilístico quando tivemos de mobilizar dinheiro para procurar estabilizar o sistema bancário depois das brincadeiras e da roubalheira dos seus amigalhaços do BPN?"
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"Como se o dinheiro que estivesse a investir no Novo Banco fosse uma aplicação. Quer que nós nos esqueçamos que o dinheiro que meteu no BES é dinheiro que pediu emprestado e os juros servem precisamente para pagar (...) o dinheiro do contribuinte para salvar o banco?".
"Eles diziam que era urgente a venda, quanto mais breve melhor, porque só se estava a desvalorizar e a ameaçar a estabilidade do sistema financeiro. Agora, para disfarçar o fracasso, dizem que até dá lucro e com uma taxinha de juro pelo empréstimo. É preciso muita lata".
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