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«Desejo que haja congresso e serei candidato»

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António Costa assume candidatura à liderança do PS à saída de reunião com Seguro, no Largo do Rato e diz que «não há tradição de resolver administrativamente questões que são políticas»

O dirigente socialista António Costa saiu esta terça-feira da reunião com o secretário-geral do PS, sem indícios de que a direção poderá convocar eleições diretas e um congresso extraordinário, mas adiantou que está disposto a desencadear esse processo.

Seguro «registou» pedido de António Costa

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«Desejo que haja congresso e serei candidato», disse aos jornalistas. António Costa afirmou que apresentará no sábado, na Comissão Nacional do PS, a proposta para a realização de eleições diretas e congresso extraordinário caso o secretário-geral, António José Seguro, não tome essa iniciativa.

«O secretário-geral do PS deve ponderar se toma a iniciativa ou não toma a iniciativa. Há uma Comissão Nacional marcada para sábado - e eu acho que é útil que haja congresso do PS. Naturalmente, se o secretário-geral não apresentar a proposta de congresso, eu apresentarei a proposta na Comissão Nacional para que exista um congresso», afirmou António Costa.

Para que o congresso extraordinário se possa realizar, por decisão da Comissão Nacional do PS, tem de ser aprovado por maioria qualificada.

Sobre os obstáculos estatutários que se colocam à realização de eleições diretas e de um congresso extraordinário, António Costa recusou «alimentar debates sobre questões metodológicas».

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«Isso interessa muito pouco aos cidadãos. A boa tradição do PS é que haja liberdade de expressão, pluralidade e escolha democrática pelos militantes do partido das suas lideranças. É isso normalmente que deve existir». Neste contexto, António Costa invocou o facto de ser militante «desde os 14 anos», dizendo depois que no seu partido «não há tradição de resolver administrativamente questões que são políticas».

«As questões que são políticas resolvem-se politicamente e democraticamente. É isso que certamente irá acontecer», disse.

António Costa falava aos jornalistas no final de uma reunião com o secretário-geral do PS, na sede nacional do partido, que durou cerca de 70 minutos - um encontro que o presidente da Câmara de Lisboa classificou como «cordato».

«Transmiti ao secretário-geral do PS que, nas atuais circunstâncias, era importante que houvesse um congresso, para que se desse a palavra aos militantes e para que os militantes possam debater e fazer a escolha sobre o futuro do partido. O secretário-geral do PS teve a amabilidade de me ouvir e registar o meu entendimento», declarou António Costa.

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O presidente da Câmara de Lisboa adiantou que, durante a reunião, o secretário-geral do PS não lhe transmitiu qual a sua posição sobre a proposta de haver eleições diretas para a escolha do líder e um congresso extraordinário.

«Transmiti-lhe que entendo que o PS deve fazer um congresso nacional extraordinário, porque considero útil que o partido faça um debate - é no debate democrático que se reforça a unidade e o partido na sociedade portuguesa. Sinto que muitas vezes os cidadãos têm muitas perplexidades sobre o funcionamento das estruturas democráticas», advertiu o dirigente socialista, numa alusão à questão em torno dos estatutos do PS.

Na terça-feira, a direção do partido fez saber que António Costa terá que reunir as assinaturas necessárias para a realização de um congresso extraordinário para ser eleito. No entanto, durante esta quarta-feira, António José Seguro tem sido fortemente pressionado a convocar eleições diretas.

As diferentes posições motivaram já uma demissão no partido. Jorge Lacão, apoiante de António Costa, deixou o cargo no Secretariado Nacional por divergências em relação à linha da atual direção liderada por Seguro.

O tempo é de contagem de espingardas no PS.

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