O secretário-geral do PS prometeu, este sábado, oposição a uma estratégia europeia de concentração, visando criar multinacionais "gigantes à escala global" e limitar o mercado interno, e manifestou-se contra o protecionismo face a tecnologias de países terceiros.
Esta linha de orientação foi transmitida por António Costa no discurso de abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, que este sábado vai discutir e votar o manifesto dos socialistas para as eleições europeias de 26 de maio próximo.
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Não podemos aceitar quando alguns grandes Estados-membros dizem que é essencial criar grandes campeões à escala global, concentrando empresas europeias, sacrificando a concorrência no conjunto do mercado interno e sacrificando o potencial de desenvolvimento das empresas dos países que necessitam de fazer um maior esforço potencial de desenvolvimento", frisou o líder socialista.
Numa intervenção que foi aberta à comunicação social, ao contrário do que é habitual em reuniões da Comissão Nacional do PS, António Costa respondeu também à tese de alguns dos Estados-membros mais ricos da União Europeia, em que se defende que a prioridade passa por criar emprego "nas economias mais dinâmicas, assegurando-se, em compensação, a liberdade de circulação para quem não encontra trabalho nos países menos dinâmicos".
O que nós dizemos é que deve haver liberdade de circulação, mas também tem de existir oportunidade de emprego em todos os Estados-membros e não apenas nos mais dinâmicos", contrapôs o secretário-geral do PS, num discurso em que também se insurgiu contra a "concorrência desleal" no plano fiscal entre Estados-membros da União Europeia e contra o protecionismo europeu no plano da inovação tecnológica.
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Sem se referir diretamente a qualquer caso polémico em concreto no que respeita ao acesso a tecnologias criadas por países externos à União Europeia, como a China, António Costa deixou o seguinte recado: "Não é fechando as nossas fronteiras e fechando-nos no protecionismo, mas, pelo contrário, a solução passa pelo investimento na inovação".
UE está "sob forte ataque" das forças extremistasNós não temos de nos queixar da inovação que os outros fazem. Nós temos de nos queixar da inovação que a Europa não tem feito e, por isso, tem estado a perder a corrida relativamente a outras áreas económicas. Temos de responder positivamente, investindo na inovação", sustentou.
O secretário-geral do PS considerou, este sábado, que a Europa está "sob forte ataque" das forças extremistas, impondo-se uma mobilização para defender o projeto europeu, num discurso em que traçou diferenças entre os socialistas e os restantes partidos.
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Para ilustrar a atual situação do projeto de integração europeia, o líder socialista referiu-se a recentes posições assumidas pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
A Europa está sob um forte ataque e temos de nos mobilizar para defender a Europa. E temos de nos mobilizar porque a Europa é a melhor forma para defender Portugal e para defender os interesses dos portugueses", sustentou.
Neste contexto, António Costa criticou de forma indireta os partidos nacionais que defendem a saída de Portugal da zona euro.
Não somos daqueles que acreditam que, saindo da Europa, é a melhor forma de andar para a frente. Temos a certeza que fora da Europa Portugal andaria para trás. A nossa memória coletiva regista o progresso que o país teve desde que aderiu à Comunidade Económica Europeia" em 1986, alegou.
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