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O secretário-geral do PS considera que, "felizmente", já nem os mercados financeiros "dão ouvidos" ao primeiro-ministro e à ministra das Finanças, contrapondo que reina a "tranquilidade" nas instituições internacionais perante a formação de um executivo socialista.
António Costa fez esta afirmação na parte final do discurso que proferiu num plenário de militantes do PS/Lisboa, em que nunca se referiu ao papel do Presidente da República na presente conjuntura política.
De acordo com o líder socialista, após o Parlamento ter reprovado o programa de Governo da coligação PSD/CDS, "a reação da direita tem sido destemperada".
Segundo António Costa, Pedro Passos Coelho e a ministra das Finanças, "em Portugal, no estrangeiro, ou junto das instituições financeiras, "de forma absolutamente leviana, andaram a criar uma ideia sobre o país que, se alguém tivesse levado a sério, teria afetado gravemente os interesses nacionais".
"Felizmente, já nem os mercados lhes dão ouvidos. Apesar dos grandes esforços que têm feito, temos ouvido a Comissão Europeia com uma posição serena - e só impaciente por não haver condições de haver um Governo que apresente um Orçamento -, temos ouvido palavras de tranquilidade do insuspeito ministro das Finanças alemão sobre o processo político em Portugal e temos o presidente do Eurogrupo e as agências de rating tranquilos."
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"Estão intranquilos aqueles que, tendo perdido a maioria, se recusam a mudar a sua orientação política, como é a vontade da maioria muito clara dos portugueses. A esses nós dizemos: temos muita pena que estejam assustados, mas nós, PS, assumimos plenamente as nossas responsabilidades e iremos assegurar a mudança que os portugueses votaram e a estabilidade que Portugal precisa".
Devolução da sobretaxa? "Embuste" e "mentira""Aquilo que verdadeiramente enfurece a direita é perceber que, quando derrubámos o muro da esquerda, quando acabámos com esse tabu da esquerda, tal significou que as possibilidades que os portugueses passaram a dispor para a formação de governos são agora maiores e, acima de tudo, que o PS não está condenado ou a ter maioria absoluta ou a servir de muleta para a governação da direita".
"Quando os ouço falar em fraude, só me lembro daqueles eleitores que acreditaram nas notícias que foram dadas a poucas semanas das eleições, segundo as quais a gestão financeira tinha sido tão boa, que o país tinha os cofres tão cheios, que 36 por cento [da sobretaxa de IRS] seriam recuperados pelos contribuintes".
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"Isso foi uma mentira, foi um embuste. Temos de mudar de política", acrescentou o secretário-geral do PS.
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