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«O sistema partidário cristalizou-se. É inviável criar um novo partido em Portugal com o mínimo de aspiração a fazer parte do bloco governativo», acrescentou.
Por isso, continuou, a possibilidade de regeneração é quase nula.
«Não acredito que os partidos mudem», declarou.
O socialista António Vitorino alinhou igualmente na impossibilidade dos partidos se «auto-reformarem», alertando também para «o desfasamento entre as expectativas criadas nos discursos dos políticos» e a «efectiva capacidade de poder corresponder às expectativas criadas».
«Há um desfasamento entre o discurso de um candidato a primeiro-ministro e as suas capacidades reais. Há um enorme divórcio mitómano relativamente às suas capacidades, o que só afasta os cidadãos», corroborou o democrata-cristão António Lobo Xavier.
Ainda a propósito do divórcio entre os eleitores e a política, Lobo Xavier recordou as mudanças que foram acontecendo na sociedade nos últimos anos e que não foram sendo acompanhadas pelas forças partidárias.
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«O que os partidos e os deputados significam mudou radicalmente mas os partidos mantiveram a mesma estrutura. Há um grande desfasamento entre o que os partidos significam e o que os cidadãos precisam», disse.
ngelo Correia levou ainda ao debate o problema da «rarefação de novas pessoas na vida política» e da «profissionalização da classe política».
Contudo, acrescentou, «o não profissionalismo é insuficiente», sendo necessário que «a grande reforma dos partidos venha de cima», começando por trazer de volta as «pessoas de grande qualidade que se afastaram».
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