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Kosovo: tumultos preocupam militares portugueses

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Partem para em Março e admitem estarem receosos pela tensão política nos Balcãs

A tensão política no Kosovo e o aumento do risco de tumultos são algumas das preocupações dos militares portugueses que esta sexta-feira receberam o estandarte para irem para os Balcãs em Março, noticia a Lusa.

«A situação está mais instável do que estava antes da declaração unilateral de independência», reconheceu o tenente-coronel Serra Pedro, que comanda o primeiro Batalhão de Infantaria Pára-quedista, que parte no próximo mês para o Kosovo.

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Falando aos jornalistas no final da cerimónia de entrega do estandarte nacional ao batalhão que irá funcionar como reserva táctica das tropas da Nato na zona (Kfor), o militar português salientou que o «treino operacional não sofreu nenhuma alteração» até porque ele já inclui combate militar e controlo de tumultos.

«Estamos todos ansiosos para partir para a missão seja qual for a situação que vamos encontrar no local», mas a recente declaração de independência fez aumentar o nível de incerteza bem como as expectativas dos soldados, admitiu o responsável da força que irá substituir no terreno o segundo Batalhão da Brigada Ligeira de Intervenção.

«Toda a gente fala, ao seu nível, sobre o que se está a passar, mas está muito fresca a declaração de independência e penso que tudo é possível, quer um aumento da violência ou um desaparecimento total da violência», acrescentou Serra Pedro.

Dos 290 militares portugueses que vão ser enviados, dez são mulheres e esta força terá uma capacidade de prontidão muito grande, respondendo a qualquer ordem do comando da Nato.

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Em caso de controlo de tumultos, as forças italianas (carabinieri) e franceses (gendarmes) serão as primeiras a serem chamadas, seguindo-se depois os portugueses.

Para o major-general Hernandez Jerónimo, comandante da Brigada de Reacção Rápida, de onde sai o batalhão, o trabalho com civis é aquele que envolve mais riscos.

«Enfrentar homens, militares como nós e com as mesmas armas, é mais fácil do que enfrentar civis que estejam do outro lado», afirmou o major-general, que apelou à tropa portuguesa para «graduar o tipo de actuação» de acordo com as necessidades tácticas.

«Esse é o aspecto a ter mais em atenção porque é um tipo de actuação que não estamos preparados e não é o nosso dia-a-dia», afirmou, embora salientando que os militares portugueses já tiveram formação especial e vão treinar com os elementos da polícia internacional lá presentes.

No entanto, o controlo de tumultos «não é uma missão característica das forças militares», admitiu o responsável pela Brigada de Reacção Rápida.

No que respeita ao actual contexto político, «preparámo-nos para a hipótese mais provável, mas nunca esquecendo a mais perigosa» até porque o exército português poderá «actuar em todo o território do Kosovo» e constitui uma das «forças mais importantes» da Kfor, acrescentou.

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