O líder do BE anunciou esta terça-feira que a sua bancada vai votar a favor da moção de censura ao Governo apresentada pelo PCP, afirmando que o desemprego, o aumento dos impostos e a redução dos salários «fundamentam» esta opção.
«O BE votará a favor da moção de censura, considerando que, na circunstância difícil que se está a viver agora em Portugal, com o desemprego a cavalgar para números nunca antes conhecidos, este estrangulamento da economia que estas medidas estão a representar, com o aumento dos impostos, a redução dos salários, com as maiores dificuldades para quem mais sofre, é totalmente injusto, é desequilibrado e é prejudicial», afirmou Francisco Louçã.
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Para Louçã, existem «bons motivos para esta censura fundamentada». «Como se sabe, não há hoje uma maioria na AR para formar uma alternativa que à esquerda possa trazer uma política de crescimento e de emprego, mas é com os olhos postos na necessidade dessa alternativa de um Governo que à esquerda lute pelo emprego, que à esquerda lute contra a desigualdade e que à esquerda lute pela coerência fiscal, que o BE votará esta moção de censura», sustentou.
Questionado se o BE teria uma posição diferente caso esta moção provocasse a queda do Governo, Louçã sublinhou que a sua bancada vota «em função dos textos que são apresentados, dos fundamentos que ali se encontram».
«O PCP apresentou nas circunstâncias em que entendeu, é o seu tempo, é a sua escolha, o que nós apreciamos é as circunstâncias em que vive o país, e considerando que há uma gravíssima crise de confiança, que vivemos uma crise económica agravada sistematicamente com as medidas que o Governo desenvolve em aliança com o PSD, e por isso temos a maior crise orçamental, mas também a maior crise do desemprego, a maior crise fiscal e o máximo de dificuldades para os mais pobre e para os trabalhadores», declarou.
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O líder do BE criticou ainda o acordo entre o PS e PSD, considerando que «constitui actualmente uma forma bicéfala de gerir a economia do país, aumentando os impostos e reduzindo os salários».
«É um elemento novo na política portuguesa e contribui decisivamente para um estrangulamento da economia», disse.
O PSD já se manifestou contra a oportunidade desta moção de censura o que, aliado aos votos desfavoráveis do PS, inviabilizarão a iniciativa do PCP que será discutida sexta-feira.
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