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A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou hoje que os eleitores de Setúbal não terão dificuldade em escolher nas legislativas entre Joana Mortágua (BE) e Maria Luís Albuquerque (Coligação PSD/CDS), a que se referiu como "miss SWAP".
"Setúbal tem a vida facilitada. Acho que entre a lista encabeçada pela miss SWAP (Maria Luís Albuquerque, da coligação PSD/CDS) ou a lista encabeçada pela Joana Mortágua (BE), não vão ter muitas dificuldades em escolher", disse Catarina Martins, numa alusão ao facto de a atual ministra das Finanças ter negociado contratos `SWAP´ para empresas públicas antes de entrar para o Governo.
" A coligação PSD/CDS faz tudo para falar do antes. Antes de ter chegado ao Governo, estava uma desgraça, foi tudo feito por causa do antes. Bem, esquecem-se que o antes teve muitos anos de alternância, teve muitas culpas repartidas. Esquecem-se até que o antes teve, por exemplo, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, a fazer PPP (Parcerias Público-privadas) do lado dos privados, ou a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que agora até é cabeça de lista por Setúbal, a fazer `SWAPs´ (contratos em que há uma troca de uma taxa de juro variável por uma taxa de juro fixa) para as empresas públicas", disse.
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Para Catarina Martins, o governo PSD/CDS não pode falar do `antes´ como se não tivesse lá estado, porque PS, PSD e CDS estiveram "todos juntos nas privatizações" de diversas empresas de setores estratégicos, como aconteceu com a EDP, os CTT, a ANA.
"Quando se quer vender os País, estão todos juntos nas privatizações" disse, repartindo as culpas pela atual situação do País pelos partidos do "centrão [PS, PSD e CDS]", disse.
"Esse balanço é uma queda do PIB [Produto Interno Bruto] de 06 por cento, é a liquidação de cerca de 300 mil postos de trabalho, é o corte real e nominal dos salários, é o corte das pensões, é o empobrecimento dos mais pobres e das classes médias com os cortes do complementos para os idosos, é o corte dos subsídios de desemprego, do subsídio de doença, as taxas moderadoras, os abonos de família", disse Fernando Rosas, que também não poupou críticas ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
"Como é que este primeiro-ministro tem a lata, e o desplante, perante os portugueses, na televisão, de dizer que os mais pobres não foram prejudicados, quando foram as vítimas de eleição deste Governo, de sugar até à medula o trabalho e o sangue dos portugueses", questionou o mandatário da lista de deputados do BE por Setúbal.
"[Temos de] combater essa ilusão sinistra de que rastejando perante a Europa nós podemos chegar a algum lado. Temos de combater essa política com propostas, com alternativas, com um programa", concluiu.
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