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Especialistas explicam subida do Bloco de Esquerda

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Crise, crescimento sustentado e capacidade de captar eleitorado descontente na origem da duplicação de votos

A crise, o crescimento sustentado do partido e a capacidade de captar eleitorado jovem e descontente explicam, segundos vários politólogos, citados pela Lusa, o sucesso eleitoral do Bloco de Esquerda.

Refira-se que nas eleições de domingo, o Bloco reforçou a sua votação em mais de 50 por cento em relação às últimas europeias, em 2004, obtendo 381 mil votos face aos anteriores 167 mil.

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Carlos Jalali, da Universidade de Aveiro, diz que neste resultado há um «misto da conjuntura mas também de crescimento» do partido: «o Bloco de Esquerda conseguiu passar de 1,5 por cento para 11 por cento desde 1999, a primeira vez que se apresentou às eleições europeias, há crescimento que acontece sempre, de eleição em eleição», assinalou.

Para este especialista, «o crescimento económico baixo e o aumento do desemprego» favorecem o crescimento do Bloco, «com uma estratégia bem conseguida, nomeadamente para cativar novos eleitores».

Manuel Meirinho, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa, refere que «na CDU há uma grande capacidade de mobilização do eleitorado mas não uma grande capitalização do descontentamento».

«Perante uma conjuntura de crise o voto é normalmente canalizado à esquerda e o Bloco de Esquerda é um partido que está mais moldado para a absorção do descontentamento pela sua própria lógica, mais aberta e com mais capacidade para captar eleitores jovens, de ambiente urbano e com algum nível de instrução», refere Meirinho.

O Bloco de Esquerda «tenderá sempre a absorver o descontentamento mas o seu limiar de crescimento chegou ao fim, será difícil ultrapassá-lo», remata o investigador do ISCSP.

Por seu lado, António Costa Pinto, também do ISCSP, defende que os bloquistas recolheram «seguramente uma grande parte do voto de protesto do PS», defendendo que o partido não acolhe apenas o voto do eleitorado jovem.

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