O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, sublinhou hoje em Faro que o Bastonário da Ordem dos Advogados deve «concretizar as afirmações» que fez porque, no que respeita à corrupção, «é preciso chamar os bois pelos nomes», noticia a Lusa.
«O Bastonário tem uma responsabilidade que é só dele, que é concretizar as suas afirmações», disse, sustentando que as reacções dos deputados do PS e PSD às declarações provam que «há um grande nervosismo em todos os que governaram o país nos últimos anos quando o tema é a corrupção».
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Considerando que se trata de «um tema de polichinelo da sociedade portuguesa», o coordenador do Bloco de Esquerda sublinhou a necessidade de «coerência e coragem» no combate à corrupção. Louçã falava à comunicação social à margem de uma visita ao Hospital Central do Algarve, onde reuniu com a administração e visitou o serviço de urgência.
«Nós no Bloco de Esquerda sempre chamámos os bois pelos nomes», disse, considerando que a corrupção «é um cancro no interior da democracia, mas há outro tipo de responsabilidades que são diferentes», para as quais o partido «tem chamado a atenção». «Quando critiquei Ferreira do Amaral por, ao ter sido ministro, permitir à Lusoponte o exclusivo das travessias do Tejo e agora ser presidente da Lusoponte, isso é uma responsabilidade política», exemplificou.
Evocou também o caso BCP, sublinhando que «a existência de biombos em sociedades offshore é uma responsabilidade que levou a que as contas do banco estejam erradas desde 2000». «Quando cinco dos administradores que decidiram estas operações saem com 70 milhões de euros, os nomes são Jardim Gonçalves e é preciso discutir a responsabilidade dessas pessoas», disse, reforçando que «é assim que se deve fazer a pedagogia do combate pela transparência em Portugal».
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