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Elevada abstenção é resultado «da desconfiança» na Europa

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O presidente da Cáritas afirma que a campanha eleitoral é sempre feita «contra alguém» em vez de ser baseada na troca de ideias

O presidente da Cáritas Portuguesa afirma que se faz campanha «sempre contra alguém» ao invés do debate de ideias, alertando que a previsão de elevadas taxas de abstenção nas próximas eleições é resultado da desconfiança na Europa.

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«Em Portugal, na pré-campanha, não demos por isso e, nestes dois primeiros dias da campanha oficial, também não», declarou Eugénio Fonseca quando questionado se se está a discutir os verdadeiros problemas da Europa na campanha para as eleições europeias, que começou na segunda-feira.

Para o responsável, «está a acontecer o que, infelizmente, nos últimos tempos», se tem vindo a notar.

«Em vez de se discutirem ideias, faz-se uma campanha sempre contra alguém e os potenciais eleitores ficam sem conhecer a raiz profunda com a tranquilidade necessária, com a linguagem apropriada aos destinatários, aquilo que a Europa pode representar para o desenvolvimento do nosso país», afirmou Eugénio Fonseca.

O presidente da Cáritas Portuguesa considera que a campanha para as eleições europeias «devia estar muito centrada na valorização do papel da Europa, que é incontornável», dado que «indicadores» mostram que se corre o risco de haver «níveis de abstenção muito elevados».

Para Eugénio Fonseca, esta situação «é resultante da desconfiança que se instalou por aquilo que a Europa, os responsáveis da Europa fizeram na ajuda a Portugal neste período de crise, que devia ter sido uma ajuda mais solidária».

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«Mas percebemos que, muitas vezes, sobretudo relativamente às taxas de juro, houve inflexibilidades que não se coadunam com a origem da criação desta União Europeia», declarou.

Ainda abordando a desconfiança que «os europeus estão a fazer notar nas instituições europeias, nas instituições nacionais e, sobretudo, nos políticos», o presidente da Cáritas Portuguesa considerou que «é mais fácil recuperar economicamente a Europa do que recuperar a confiança dos europeus».

Mas, para isso, «há que ter estratégias» que passam por dar «mais valor ético aos posicionamentos políticos», o que «passa pela verdade, justiça e transparência».

«São três áreas que os nossos governantes têm que encarar se querem voltar a que as pessoas se interessem mais pela política, porque se isso não acontecer, o que está em causa é a democracia», notou, lembrando que «já há reflexos disso nesta Europa com a emergência de partidos de determinadas áreas ideológicas».

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