Catarina Martins disse esta sexta-feira que os números da execução orçamental "desmentem a propaganda" da coligação. Ao mesmo tempo, sobre as negociações com o PS, garante que o BE não está a discutir lugares num futuro Governo.
Os números da execução orçamental até setembro revelam que "afinal" a devolução da sobretaxa não será de 35%, como afirmou a coligação durante a campanha eleitoral, mas "apenas" de 9%, lembrou a líder bloquista, que falava em Braga, citada pela Lusa, numa sessão com militantes e simpatizantes.
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"Durante a campanha vinham dados da execução orçamental e o Governo garantia que iam devolver 35% da sobretaxa em 2016. Preferíamos às vezes não ter razão, mas não é que os números que conhecemos hoje dizem que, afinal, o que Governo dizia era mentira", atirou.
eleição de um socialista"Os números da execução orçamental fizeram desta sexta-feira um bom dia para o país: o dia que se desmente toda a propaganda da campanha eleitoral".
"Face a estes resultados eleitorais [das eleições legislativas de 04 de outubro], que são tão cristalinos, PSD e CDS não têm a maioria para governar e, se alguém tivesse alguma dúvida, a eleição do presidente da AR, hoje, foi prova clara que PSD e CDS não têm condições para governar. Não é possível haver um Governo PSD e CDS porque eles não conseguem aprovar nada", evidenciou.
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Catarina Martins teceu ainda críticas ao Presidente da República, que disse estar "em choque" e "desesperado", e explicou que Cavaco devia ter esperado pela eleição do presidente da Assembleia da República (AR), realizada hoje e que elegeu para o cargo o socialista Ferro Rodrigues.
"Cavaco Silva tinha-se poupado à triste figura que fez ontem [quinta-feira] se tivesse aguardado pela eleição de hoje", declarou.
Perante uma sala cheia, a porta-voz do BE garantiu ainda que não estão a ser "discutidos lugares" com o PS e PCP nas negociações com vista a uma solução de Governo, reafirmando os objetivos do bloco.
"Não discutimos um único lugar, nem teria sentido que o fizéssemos. A discussão que estamos a fazer é sobre política, compromissos concretos de defesa de salários, pensões, Estado Social", enumerou.
Sobre aquelas negociações, Catarina Martins, escudando-se na "lealdade" para com as outras forças políticas pouco mais adiantou deixando apenas a fanatia que estão no bom caminho.
"Não estão todos os pontos fechados, mas temos um caminho feito que dá solidez a esta possibilidade de acordo"
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