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A arruada da CDU em Moscavide começou debaixo de um viaduto e terminou em frente a uma Igreja. Uma curta viagem, através das queixas de comerciantes e pequenos empresários afetados pela crise, até às críticas de Jerónimo de Sousa contra uma política que “abençoa” o grande capital. Pelo meio, um desafio que ficou à margem da comitiva.
O líder comunista tem insistido que não tem medo das ruas e que não precisa de “mandar documentos pelo correio” para contactar com as populações. Cumprimenta. É cumprimentado. Deseja saúde e é saudado. Pergunta pelas vidas. Mas também é questionado.
A meio do percurso, uma voz salta para o meio da estrada. Uma exaltação. Uma mulher de preto, de mala preta presa ao braço. Gestos indignados. Um apelo repetido.
“A esquerda toda unida para deitar o Passos abaixo”, grita. “Não é andarem à turra uns com os outros. Não é andar à turra esquerda com esquerda. É juntar-se a esquerda toda para deitar o Passos abaixo”.
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Jerónimo de Sousa recusa cenários e esconde a matemática atrás da palavra. A “palavra dada” de que só aceita diálogo com uma política de esquerda. Algo que diz não ver no programa do PS.
Sobre o Bloco de Esquerda, cujo nome não tinha pronunciado até esta manhã, mostrou menos animosidade e desvalorizou as sondagens, que têm mostrado o partido de Catarina Martins a crescer. Quase ao lado da CDU.
“A vantagem de andar aqui há muito tempo dá-nos uma tranquilidade imensa. Primeiro, porque o bloco não é propriamente o nosso adversário. Em segundo, aquilo que as sondagens no terreno nos dizem é que esta CDU está a crescer e a crescer bem”, salientou.
Jerónimo de Sousa tem ainda tempo para uma farpa ao CDS, quando questionado sobre a eventualidade de Paulo Portas ter um “plano B” pós-eleitoral.
“Em relação a cenários de a, b e c, também a história nos demonstra que o CDS, quando é preciso, seja com este ou com aquele, desde que esteja no poder, está sempre disponível”, anotou. “Não quero fazer nenhuma insinuação, mas este CDS está sempre pronto para tudo.”
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“Resulta de uma política concreta, porque este Governo, ao contrário de que muitos afirmam que é incompetente, não é. Sabe bem o que está a fazer. Faz esta política por opção própria, de exploração, de empobrecimento e exploração de quem trabalha ou de quem trabalhou”, diz Jerónimo de Sousa, com um reforço:
“Este é um objectivo central para transferir os rendimentos dos trabalhadores, dos reformados, dos pequenos e médios empresários, para o grande capital”.
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