Jerónimo Sousa já tinha falado de Mário Soares em Oeiras, num recuo temporal até 1976. Este domingo à tarde, em Évora, voltou ao fundador do PS. Não lhe disse o nome, citou-lhe as palavras. Aquelas, que garante, abriram portas ao que descreveu como toda a “contradição” socialista.
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“Um fundador do PS descobriu a grande solução mágica para [não] ser apanhado nessa contradição, dizer uma aldrabice hoje e outra amanhã. Bom, só os burros é que não mudam de ideias. E, a partir daí, valeu tudo, da mentira, da contradição, dizer uma coisa hoje e fazer outra amanhã”, disse Jerónimo de Sousa, com o Teatro Garcia de Resende cheio, a aplaudir a alfinetada.
“Palavra dada é palavra honrada”, soltou, numa mensagem dirigida ao PS, a quem diz não estar disposto a fazer um “jeitinho” nestas eleições.
“Não se percebe bem esta pergunta”, apontou, para depois detalhar tudo aquilo que considera ser uma barreira ao atendimento.
“Cedermos em relação à renegociação da dívida? Cedermos em relação ao tratado orçamental? À governação económica? Cedermos em relação aos direitos dos trabalhadores e aos seus salários? Calarmo-nos em relação ao congelamento das pensões e das reformas e à não reposição do que lhes foi roubado? Abdicar da defesa do SNS? Da escola pública? De serviços fundamentais para os portugueses?”
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Os partidos da coligação também foram alvo de críticas, como já tinha acontecido em Alpiarça. Durante o almoço, Jerónimo de Sousa acusou Pedro Passos Coelho de ter "mentido" por causa das promessas não cumpridas. Em Évora foi mais brando, mas, voltou à carga: "Prometem, prometem e voltam a prometer quando está em causa voto dos portugueses".
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