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Sócrates: «Politiquice e maledicência»

Primeiro-ministro critica aproveitamento político no caso da bebé de Anadia

José Sócrates aliou-se ao ministro Correia de Campos e passou ao ataque no caso do atendimento médico a um bebé que morreu esta sexta-feira em Anadia. À margem da 23ª Cimeira Luso-Espanhola, que se realizou em Braga, o primeiro-ministro reforçou que tudo foi feito para salvar a criança e lamentou alguma «politiquice e maledicência» associada ao caso.

A «lamentável morte» de uma menina de dois meses em Anadia surge numa altura de intensa contestação à política de Correia de Campos, mas José Sócrates alerta para o risco de confusões na análise deste caso. «O próprio pai da criança reconhece que tudo foi feito para lhe salvar a vida», recordou, não se cansando de repudiar quem se queira aproveitar politicamente desta morte.

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Alegre critica política «estapafúrdia» na Saúde

Família de bebé não aponta falhas ao INEM

O ministro da Saúde também fez questão em esclarecer, uma vez mais, o que sucedeu, referindo que «quando foi dado o alerta ao INEM, às 8h15, a consulta aberta do hospital de Anadia estava operacional desde as 7h55 e às 8h24 já estava junto do bebé uma equipa do INEM, que constatou a morte da criança devido a paragem cardio-respiratória. O pai fez bem em ligar para o 112, porque apelou ao meio mais bem equipado». Os dados foram apurados pela Administração Regional de Saúde do Centro, conforme foi escrito no relatório final.

Correia de Campos reconhece que o sistema ainda não está devidamente oleado, mas não tem dúvidas sobre a sua futura operacionalidade. «Claro que é uma situação que preocupa, mas temos um sistema de vigilância que vai indagar e analisar as circunstâncias em que ocorreu a morte. Em todo o caso, as informações que temos são que não há qualquer associação entre a situação reorganizativa nos serviços de saúde da Anadia e o óbito da criança», frisou, passando ao ataque:

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«Quem quer ligar este caso ao plano de reestruturação das urgências só pode estar a ser demagógico. Trata-se de uma situação desagradável, que todos sentimos como se fosse uma pessoa próxima. Mas não podemos permitir a especulação inqualificável a que se assiste. Aliás, esta situação até me dá mais força a encorajar o pessoal médico e todas as equipas que trabalham connosco».

Linha de orientação

Não é seguro que Correia de Campos estivesse a falar de Manuel Alegre quando pensou nos seus críticos, mas questionado directamente pelo PortugalDiário sobre as declarações do seu colega de partido, respondeu com igual desconforto: «Não acredito que Manuel Alegre considere que se assiste a um retrocesso social neste caso. Ninguém pode considerar isso seriamente, pois considero que estamos no caminho certo e, por isso, vamos continuar a seguir esta linha de orientação».

Mas, ainda nem tudo está concluído no processo de reestruturação das urgências. Faltam definir os pontos de rede que servirão de alternativa aos locais que deixaram de ter atendimento permanente. O ministro também ainda não avança com uma data para a execução desse plano: «Estamos a ver caso a caso e dentro em breve iremos publicar o plano final».

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