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Seguro e o não compromisso de Mário Soares

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Socialista apresentou livro ao lado de Soares: «Este é um pedido que já vem de há muito tempo», justificou

Tinha tudo para ser um apoio político, mas não foi. Pelo menos não directamente. Mário Soares, erradamente sentado na segunda fila dos apoiantes de António José Seguro, não deixou de ser a principal figura na apresentação do livro do candidato a secretário-geral do PS. Entre gargalhadas arrancadas à plateia, o ex-Presidente elencou as virtudes do socialista candidato, mas não assumiu o compromisso com o «colega».

Mário Soares começou por elogiar o título do livro que compila os textos do socialista no Expresso desde 2008. «Compromissos para o futuro» é para ex-Presidente da República um título «muito significativo» nos tempos difíceis que o país atravessa. Soares escolheu mesmo a primeira página do livro para sublinhar o compromisso do «colega» do Parlamento Europeu.

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«Aplicar eficazmente a administração da Justiça; promover o combate às desigualdades socias» são os dois primeiros pontos sublinhados. «Só uma pessoa com grande coragem, com grande inteligência, com grande sabedoria era capaz de fazê-lo, por isso eu tenho muito gosto em apresentar este livro», elogiou Soares.

O ex-Presidente da República destacou também a ligação que tem com o candidato a secretário-geral, lembrando que quando foi líder do PS, António José Seguro era líder da JS. Sublinhado o facto de terem sido «colegas», Soares reafirma que gostou muito do trabalho do socialista já nessa época. Mais tarde os dois socialistas estiveram juntos no Parlamento Europeu.

«Estivemos ali em permanência. Cinco anos é muito ano e conhece-se muito bem uma pessoa», disse Soares, que destacou ainda o trabalhou efectuado no Parlamento Europeu. «Posso testemunhar que foi um excelente deputado», assegurou.

Mário Soares recordou ainda um episódio do tempo de governação de António Guterres. Aquando do convite do ex-primeiro-ministro para integrar o cargo de ministro-adjunto no Governo, Seguro pediu um conselho a Soares. «Disse-lhe para não ir porque o Guterres só iria aguentar-se mais três ou quatro meses e depois Seguro perderia um lugar importante no Parlamento Europeu. Mas ele respondeu-me uma coisa extraordinária, dizendo que tinha uma grande admiração por Guterres, que ele lhe fez um pedido e por isso iria corresponder ao pedido», revelou, justificando em tom de brincadeira que os salários do Parlamento Europeu e de ministro em Portugal são como do «dia para a noite».

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Apesar do tom familiar e amigável, Soares recusou, em declarações aos jornalistas, assumir um compromisso de futuro na campanha interna do PS.«Já disse que não apoio nenhum candidato. Sou amigo dos dois. Gosto imenso deles. Mas isso não tem nada a ver com o livro. Este é um pedido que já vem de há muito tempo. Estava comprometido com ele, de ser o apresentador do livro».

António José Seguro começou a apresentação do seu livro com rasgados elogios a Mário Soares revelando ser «um cidadão interessado no seu pensamento e um político que não dispensa a sua opinião».

Sobre o livro agora lançado, o candidato socialista destaca que «este livro é constituído por um conjunto de textos, não é, nem pretende ser mais do que isso. Muito menos um programa político para Portugal. Cada coisa a seu tempo. Este é um momento simples, mas cheio de um enorme significado, em tempos de nova esperança».

António José Seguro destacou ainda que reafirma tudo o que escreveu e que esse é o seu principal compromisso que assume num «quadro de novas responsabilidades». Nas palavras aos socialistas, o candidato socialista vincou a necessidade de «compromisso» e «transparência».

O PS de Seguro aposta num corte com o passado, mas foram algumas dos mais antigos rostos socialistas que vieram cumprimentar o candidato. Jorge Coelho foi um dos presentes que recusou falar aos jornalistas e assumir um apoio. Na apresentação em Lisboa, estiveram ainda Maria de Belém, Gabriela Canavilhas, José Magalhães, Joaquim Raposo e Vitalino Canas. Seguro contou ainda com o apoio dos cantores Vitorino e Luís Represa

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