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Oposição acusa Governo de «não ter estratégia para sair da crise»

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Partidos realçam situação «económica muito difícil» espelhada no boletim de Verão do Banco de Portugal. PS diz que «fase mais grave da recessão» pode já ter passado

O PSD acusou esta quarta-feira o Governo de «não ter estratégia para sair da crise» nem resposta para um eventual «processo por défice excessivo» da Comissão Europeia. Em declarações aos jornalistas no final de uma audição do governador do Banco de Portugal, o deputado do PSD Miguel Frasquilho afirmou que o país vive actualmente «uma situação económica muito difícil».

«O governador referiu aqui [na comissão] que não antevê antes de 2011 nenhuma recuperação e portanto Portugal irá sair mais tarde da crise que os outros países europeus e isso configura uma situação muito problemática em termos de criação de emprego», referiu o deputado social-democrata, citado pela agência Lusa.

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«Temos consciência de que estamos perante uma crise orçamental muito grave, foi o próprio governador que disse », afirmou, acrescentando que «o Governo não dá nenhuma resposta para esta situação».

«Qual é a estratégia para sairmos dessa situação, que impacto é que isso terá na economia, no crescimento económico e no emprego? Isso não sabemos, porque o Governo não tem nenhuma estratégia para sair da crise», disse Miguel Frasquilho.

«A fase mais grave da recessão» pode já ter passado

Já o PS afirma que as previsões do Banco de Portugal mostram que «a fase mais grave da recessão» pode já ter passado. «Esta previsão confirma de certa forma o que já se conhecia, em todo o caso o que podemos e devemos retirar destes elementos é que a fase mais grave, pior, de maior recessão, teria terminado, embora o próximo ano seja ainda de alguma recessão», afirmou aos jornalistas o deputado do PS Vítor Baptista.

O deputado socialista frisou que em termos de taxa de desemprego a previsão em Portugal é de «9,8 por cento em 2010», quando «a média da zona euro é de 11,5 por cento» e com «Espanha a aproximar-se dos 20 por cento».

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«Destrói alguma tentativa pré-eleitoral do Governo»

«Há uma confirmação de que a recessão vai continuar em 2010, isto é incontornável e destrói alguma tentativa pré-eleitoral do Governo de dizer que a retoma já está aí ao pé da porta e independentemente da colagem ao Governo eu creio que se pode dizer que as perspectivas do Banco de Portugal no ponto de vista das consequências podem prefigurar uma situação de que o pior ainda está para vir», afirmou o deputado do PCP Honório Novo.

Honório Novo referiu que o facto de «todos os organismos internacionais apontarem para os dois dígitos» nos números do desemprego e de «o próprio relatório do Banco de Portugal apontar para uma perda de emprego de 2,6 por cento para este ano e 1,5 por cento para o ano» mostra que «o pior da crise, ao contrário daquilo que o Governo está a querer fazer passar, ainda está para vir e pode estender-se durante todo o ano de 2010».

«A crise ainda não bateu no fundo»

Francisco Louçã, referiu que um dos dados do documento «indica que em 2009 e 2010 a queda global do emprego é mais de 4 por cento» e que até ao fim do próximo ano «a pressão sobre o desemprego poderia levar Portugal a uma taxa muito superior aos 10 por cento».

O responsável voltou a insistir na «insuficiência» das medidas anti-crise, referindo que o executivo socialista «fala muito em investimento público mas a verdade das contas e que ninguém pode recusar é que o investimento público tem vindo a regredir com o governo anterior do PSD e do CDS e continuou a diminuir com o governo de José Sócrates».

«Os dados do Banco de Portugal provam exactamente que a crise não bateu no fundo», afirmou. «Vamos ter a continuação de uma crise financeira ao longo do Verão e do Outono deste ano e por isso o impacto em economias frágeis como a portuguesa pode continuar a ser muito grave, o risco é imenso», concluiu Louçã.

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