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BES: 15.830 minutos de uma comissão inédita em «elogios»

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Deputado relator contou o tempo das audições da comissão de inquérito que entrou agora na reta final, com a apresentação do relatório preliminar pelo redator Pedro Saraiva. Todos os deputados elogiaram o trabalho coletivo que fizeram e, em especial, o desempenho do presidente Fernando Negrão

Também o deputado do PCP, Miguel Tiago, assinalou «o trabalho de compilação, diagnóstico e detalhe da parte descritiva do relatório». Maria Mortágua, por sua vez, assinalou «o exercício bastante admirável de democracia de que nos devemos orgulhar, e o trabalho de todos os deputados». Algo frisado, mais ou menos pelas mesmas palavras, por todos os deputados que intervieram e que consideraram que os propósitos da comissão foram, genericamente, cumpridos. Esta comissão também foi inédita em elogios a uma deputada, que acabou por ser uma das figuras da CPI: Mariana Mortágua, a única representante do Bloco de Esquerda na (já mítica?) sala 6. e .

«Foram 15.830 minutos e consegui estar presente em todos». O deputado relator da comissão de inquérito ao BES/GES, Pedro Saraiva, congratulou-se esta quinta-feira por ter acompanhado as 55 audições na sala 6 do Parlamento, que foi notícia quase diariamente de novembro de 2014 a março de 2015. Uma comissão inédita: há essa sintonia entre todos os deputados, que entende que os trabalhos decorreram com imparcialidade, na medida do possível, e «dignificaram» a democracia e a Assembleia da República. 

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Pedro Saraiva, que é também deputado do PSD, transmitiu a «sensação de dever cumprido» logo quando começou a sua apresentação de 25 páginas. O relatório, esse, tem 400. 

«Procurei assegurar com rigor, isenção e dedicação. Empenhei-me de alma, coração e cabeça. Prometi, quando fui eleito, trabalho e inspiração»

Recebeu, de resto, elogios dos deputados de todas as cores políticas. «Dificilmente podia ter feito melhor», disse Pedro Nuno Santos, do PS. 

Carlos Abreu Amorim, do PSD, destacou o «conhecimento exaustivo» que o relator revelou ter. Cecília Meireles destacou que cumpriu «rigorosamente o combinado», que todas as pessoas iam ter conhecimento do relatório ao mesmo tempo, «para um trabalho isento e de consenso».

«Não esperávamos, da parte do PCP, uma total consonância na abordagem dos factos, julgo que já se torna evidente que essa dissonância surgirá, mas isso não diminui em nada o agradecimento do trabalho que o senhor deputado realizou e do conteúdo interpretativo do relatório», afirmou, fazendo um «balanço positivo». 

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Mas quem recebeu rasgados elogios foi mesmo o presidente da comissão de inquérito, Fernando Negrão. Teve sempre uma postura assertiva, mas bem humorada na comissão de inquérito. A mesma deputada bloquista destacou «a inteligência discreta do senhor presidente da comissão». Ele logo brincou: «O que me interessa é que sou inteligente e discreto».

Todos, sem exceção, congratularam o homem que dirigiu os trabalhos da CPI.  Pedro Nuno Santos, do PS,por exemplo: 

«Foi determinante para que as audições da CPI funcionassem bem. Queria muito elogiar a determinação do seu trabalho, a forma rigorosa com que dirigiu o seu trabalho. Foi duro quando teve de ser. Quero agradecer em nome do Partido Socialista a forma como ajudou a dignificar os trabalhos desta comissão». «Em nenhum momento nos apercebemos que o senhor  era do PSD».

Os elogios multiplicaram-se durante as audições

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até a Bloomberg a considerou uma «estrela»

Hoje, alguns deputados também destacaram o papel da comunicação social, que ajudou a esclarecer melhor os portugueses sobre o colapso do GES e do BES.

Agora é tempo de folhear as 400 páginas do relatório preliminar com atenção. Os deputados têm até dia 23 de abril para propor alterações. A discussão e votação final será a 29 de abril. Fechar-se-á um capítulo. E poderá começar logo outro, uma vez que a matéria de natureza potencialmente criminal que foi apurada na comissão será encaminhada para o Ministério Público. Aí, as contas e as responsabilidades serão feitas na justiça. 

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