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O investigador Pedro Magalhães defende que os votos dos indecisos não afetaram os resultados das quatro últimas eleições legislativas, mas que com uma diferença pequena entre os dois partidos mais votados o voto dos indecisos pode tornar-se decisivo.
"Uma coisa é dizer que não traz diferenças radicais outra coisa é dizer que não é decisivo. Como temos visto nos inquéritos divulgados, há na diferença entre a lista do PS e da coligação PSD/CDS-PP uma diferença bastante pequena nas intenções de voto", afirmou à Lusa Pedro Magalhães.
"As pessoas que de facto votam e dizem ter decidido no final tendem de forma desproporcional (em comparação com os outros), a votar ou no BE ou no CDS."
"É difícil fazer essa inferência porque temos poucos casos. Por outro lado, temos a particularidade de o CDS concorrer coligado com o PSD, que, por sua vez, tal como o PS, é um partido em que aqueles que decidem no fim tendem a não votar nesses grandes partidos. A melhor estimativa que se pode fazer é que esse ganho eventual do CDS poderá ser cancelado pela perda do PSD."
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"Os indecisos não vêm trazer mudanças radicais, aparentemente, à distribuição das intenções de voto e dos votos, mas essas diferenças, mesmo que pequenas, no caso de uma eleição tão renhida como esta, podem fazer a diferença."
Questionado sobre se esta questão se explica com a confusão entre indecisos e abstencionistas, Pedro Magalhães disse que "em parte" isso se verifica.
"Há certamente, pelo que se percebe das fichas técnicas, empresas de sondagens que fazem um esforço grande para filtrar, para retirar desta amostra as pessoas que são votantes improváveis, porque não votaram em nenhuma das eleições anteriores, ou pelas características do ponto de vista das atitudes ou até sociodemográficas", sustentou.
"Há sondagens telefónicas, face a face, voto em urna e tudo isto torna difícil a comparação."
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