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Quercus realça «pressão» sobre Bush em Lisboa

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Organização saúda acordo sobre mercado de emissões de carbono

Os governadores dos estados norte-americanos de Nova Jersey e Nova Iorque vieram esta segunda-feira a Lisboa para assinarem o acordo Parceria Internacional para a Acção do Carbono. O seu congénere californiano, Arnold Schwarzenegger - a lidar com uma vaga de incêndios no seu estado - não pôde estar em Portugal, mas enviou uma mensagem de vídeo. Todos sublinharam que o mercado comum de emissões, acordado hoje no Parque das Nações, é um passo «histórico». A Quercus realçou deste encontro a «pressão» interna nos EUA sobre o presidente George Bush, para que ratifique o Protocolo de Quioto.

Entrevistado pelo PortugalDiário, Francisco Ferreira, da organização ambiental portuguesa, não hesitou em considerar que o dado de maior importância que resulta da assinatura da assinatura para a convergência dos vários mercados das emissões de carbono é a «pressão vinda do interior dos EUA em relação à administração Bush». Estão aqui vários governadores presentes fisicamente ou por vídeo [caso de Schwarzenegger], quer de estados do Leste como do Oeste norte-americano», disse.

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Durante as suas intervenções, todos eles lamentaram a ausência do Governo Federal dos EUA em Lisboa, realçando a liderança da UE no combate ao aquecimento global.

Papel «vital» de Portugal em Bali

«Há aqui um sinal que só pode ser viável quando os EUA ratificarem o protocolo de Quioto», comentou Francisco Ferreira, apontando que Portugal pode ter um papel «vital» nas negociações que vão decorrer em Bali, Indonésia, entre 3 e 14 de Dezembro, com o objectivo de se chegar a um novo acordo global sobre as alterações climáticas, que substitua o Protocolo de Quioto, com prazo de validade até 2012.

«A negociação de Portugal em Bali, na presidência da União Europeia vai ser vital para não se ficar à espera dos EUA e também para se iniciar uma discussão que não está a ser feita pela administração Bush», anotou.

Quanto a um mercado global de emissões de carbono, que saiu de Lisboa como uma intenção, Francisco Ferreira disse que «ainda estamos muito longe» de este ser uma realidade. Realçando, porém, que na capital portuguesa se deu um passo importante nesse sentido.

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Crescimento económico «com menores emissões»

«Espera-se que o preço do carbono num mercado entre indústrias comece a ter peso, porque só isso é que permite que outras tecnologias possam ser utilizadas se o carbono for efectivamente caro», afirmou, recordando, por outro lado, que a comissão europeia já está a preparar o período 2008-2012 com uma «redução muito significativa da ordem dos 8,3 por cento, em relação ao período anterior».

«Para nós é um mecanismo importante desde que o princípio de redução imposto pela comissão europeia funcione. Há esperança que o preço do carbono se fixe em valores em que seja mais barato reduzir do que comprar», referiu.

O dirigente da Quercus sublinhou que o caminho da redução de emissões é inevitável e que deve ser uma oportunidade para as empresas de actualizarem tecnologicamente nesse sentido. «Portugal infelizmente tem alguns industriais a dizerem que estas restrições vão gerar desemprego. Nós sabemos que não é assim. Essa é uma forma de pressão. Nós temos obrigação de contrariar a nossa tendência, que é conseguir crescer do ponto de vista económico com menores emissões. Isso é vital».

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