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Portugal vai reduzir emissões a partir de 2010

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Portugal vai começar a baixar as emissões de gases com efeito de estufa a partir de 2010, invertendo a actual tendência de aumento, revelam as primeiras estimativas sobre as emissões até 2070 no âmbito de um projecto de especialistas portugueses, noticia a Lusa.

As conclusões do projecto MISP - Estratégias de Mitigação das Alterações Climáticas, que vão ser publicamente divulgadas na segunda-feira, dão como certa esta diminuição da quantidade de dióxido de carbono emitido para a atmosfera dentro de pouco mais de dois anos e baseiam-se nos quatro cenários mundiais traçados este ano pelo Painel Intergovernamental para as Alteracções Climáticas (IPCC) das Nações Unidas.

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«Essa redução das emissões nacionais constata-se em todos os quatro cenários que traçámos» e que constituem uma regionalização das previsões do IPCC, afirmou à agência Lusa Ricardo Aguiar, co-autor do projecto MISP, a par do especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos.

Ricargo Aguiar explicou que essa redução de emissões vai acontecer naturalmente, devido «à maturidade do desenvolvimento das infra-estruturas, ao parque automóvel [em estagnação e mais preocupado com o ambiente], uma redução da população portuguesa e aos fluxos entre zonas rurais e cidades» que estão «prestes a terminar».

Adiando para segunda-feira números e a concretização destes dados, Ricardo Aguiar especificou apenas que em 2070 Portugal poderá ter apenas cerca de oito milhões de habitantes, contribuindo assim menos para a emissão daqueles gases com efeito de estufa.

«Todos os cenários mostram que por volta de 2010 vamos inflectir e reduzir as emissões, e isto mantém-se até 2050. Nos vinte anos seguintes o ritmo de redução vai ser mais brando», adiantou Ricardo Aguiar.

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Esta tendência é contrária ao que se verificou nos últimos anos, já que os dados mais recentes indicam que em 2005 as emissões de gases com efeito de estufa estavam 18 por cento acima das metas impostas pelo protocolo de Quioto e 45 por cento acima dos níveis emitidos em 1990, considerado o ano de referência para o cumprimento deste acordo.

O especialista defendeu que Portugal «já está no horizonte da sustentabilidade» e que vai seguir a tendência de países mais desenvolvidos, como a Inglaterra ou Alemanha, que já estão a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

«Os resultados deste estudo de prospectiva até 2070 indicam que a procura de energia em Portugal deverá continuar a crescer, mas o país poderá estar já num pico de emissões de gases com efeito de estufa, a que se seguirá um declínio constante das emissões até pelo menos cerca de 2050», explicou.

Para 2020, a União Europeia estabeleceu unilateralmente uma meta de redução de 20 por cento, podendo ir aos 30 por cento, o que significa a longo prazo, em números redondos, que cada pessoa não poderá ser responsável pela emissão de mais de uma tonelada de dióxido de carbono por ano. Para Portugal isso significa oito vezes menos que o nível actual.

O objectivo destas metas é de, a longo prazo, não deixar o Aquecimento Global ultrapassar a fasquia dos dois graus centígrados a nível global.

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