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«Não sou um menino de coro, mas há limites»

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Ex-director do SIED reage a acusação sobre fugas de informação

ACTUALIZADA ÀS 12h35

O ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), que entrou na Ongoing um mês depois de ter deixado as secretas, confirma ter enviado e-mails sobre «algumas matérias» denunciadas pelo «Expresso» no passado sábado.

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No entanto, Jorge Silva Carvalho garante que não houve qualquer fuga de informação. «Não sou um menino de coro, mas há limites», desabafou, em entrevista ao «Diário de Notícias», acusando o semanário de «tentativa de linchamento público».

«Tenho a minha consciência tranquila e aquilo que posso garantir é que, independentemente da informação que o Expresso tenha em seu poder, tenho a certeza absoluta de que nenhuma daquelas situações constitui uma violação do meu dever de sigilo ou uma violação de segredo de Estado», afirmou.

Sublinhando que não foi «o primeiro dirigente a sair dos serviços para uma actividade privada», o ex-director do SIED explicou que fez a transição para a Ongoing «de forma transparente e publicamente». «Vim para esta empresa ocupando uma posição oficial, não me escondendo, como chegou a ser sugerido, em consultorias de vão de escada», acrescentou.

Jorge Silva Carvalho recorda que, «desde muito cedo», foi «encarregado de funções de chefia» nas secretas. «Aprendi a ser gestor muito cedo. Ou seja, eu não sou só um superespião. Sou um gestor público que por acaso trabalhou nos serviços de informações. O que tenho feito aqui [na Ongoing] é gerir e organizar a estrutura do grupo», justificou.

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Segundo o ex-director do SIED, quando as empresas privadas são «estratégicas para o interesse do Estado» pode haver uma colaboração. «Em qualquer caso que o Estado tenha determinado isso, tudo foi feito dentro da lei, registado, documentado, com autorização superior», assegurou.

Jorge Silva Carvalho, que deixou mais explicações para a sua provável audição no Parlamento, adiantou ainda que «é muito provável que entre uma acção de violação de correspondência privada esta semana» contra o «Expresso», que alega ter acesso aos e-mails do ex-director do SIED. «Os meus advogados entendem que há ali um claro indício de actividades ilícitas. Estamos a falar da minha correspondência pessoal», concluiu.

«Expresso» rejeita «linchamento»

O director do «Expresso» rejeitou estas acusações do ex-director das secretas. «A entrevista de hoje do Dr. Jorge Silva Carvalho confirma em absoluto tudo o que o Expresso escreveu no passado sábado», afirmou à Lusa Ricardo Costa.

«O facto de ele nos acusar de uma tentativa de linchamento é respondido pelas suas próprias afirmações e pelo seu próprio passado recente», acrescentou, referindo que «se alguém linchou o Dr. Jorge Silva Carvalho foi o próprio com um comportamento que, no mínimo, me parece pouco ético».

Quanto ao processo que poderá avançar, Ricardo Costa não comentou «porque ainda não existe», tendo, no entanto, sublinhado caber às entidades apurar se o comportamento de Jorge Silva Carvalho foi legal.

«O facto é só um: o anterior director do SIED passou informação para fora a quem o contratou quando ainda era director do SIED. Mais, depois de deixar de ser director do SIED, continuou a usar os serviços. Isto parece-me ser de gravidade extrema», concluiu.

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