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«O dinheiro que existe tem de ser distribuído de outra maneira»

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Francisco Lopes diz que justificação de falta de verbas é utilizada para tomar decisões políticas bárbaras

O candidato às eleições presidenciais Francisco Lopes, apoiado pelo PCP, repudiou esta segunda-feira o que disse ser o argumento cego de que «não há dinheiro» como justificação para tomar decisões políticas que, considerou, são «as maiores barbaridades», noticia a Lusa.

Francisco Lopes critica aumento do preço dos transportes

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«Não posso aceitar que se diga, de uma forma cega, que não há dinheiro. Primeiro, é preciso produzir mais, e o dinheiro que existe tem de ser distribuído de outra maneira para permitir o desenvolvimento e a resposta às necessidades do país», defendeu Francisco Lopes, durante uma audição com representantes da comissão coordenadora das associações e sindicatos das forças e serviços de segurança, em Lisboa.

Para Francisco Lopes, actualmente «entrou-se no caminho da irracionalidade», em que a expressão «não há dinheiro» funciona como «palavra mágica».

«Deixou de haver, em muitos casos, a invocação da razão das medidas que são tomadas. Basta dizer um género de palavra mágica - não há dinheiro» ¿ e vemos que está tudo justificado», disse o candidato comunista.

Para o candidato às eleições de 23 de Janeiro, «a partir daí, podem cometer-se as maiores atrocidades, as maiores barbaridades em relação às medidas que são adiantadas, porque tudo isso tem sempre uma justificação».

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Exemplo das forças de segurança

Um exemplo do que disse ser essa «irracionalidade e cegueira» é os limites nos gastos com combustível das forças de segurança.

«Então a missão de uma força de segurança é definir que em oito horas de trabalho têm como limite andar 30 quilómetros com a respectiva viatura, porque não há dinheiro?», questionou.

Para Francisco Lopes, este aspecto é «um pormenor, mas é significativo e elucidativo sobre as consequências que, numa área tão sensível, têm as opções daqueles que nos vêm dizer ¿não há dinheiro¿, e então cortam, independentemente das consequências».

«É a tal irracionalidade e cegueira, em função dos objectivos de desviar as verbas que existem e que deveriam ser para as necessidades colectivas, em favor da acumulação dos lucros dos mesmos de sempre», criticou.

Aos representantes das polícias, Francisco Lopes defendeu que as forças de segurança devem ter garantidos «os meios indispensáveis, a todos os níveis».

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Além de melhores condições de trabalho e das instalações e maior controlo dos horários ¿ que, disse, se prolongam «acima da condição humana» -, o candidato comunista sublinhou que «o principal componente são os profissionais», nomeadamente quanto ao seu estatuto, carreiras, direitos e «a dignidade com que devem ser tratados».

«Há uma pressão cada vez maior sobre as remunerações e os direitos, os cortes salariais, os congelamentos, o travar as progressões, o não pagar compromissos que estavam estabelecidos, parece começar a ser uma linha dominante», criticou.

Francisco Lopes reiterou ainda o direito à greve e de associativismo neste sector.

«O associativismo tem de ser entendido, no cumprimento da Constituição, como um direito dos profissionais das forças de segurança», defendeu.

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