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«O inimigo é quem não deixa os outros trabalhar»

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PSD acusou a CGTP de querer privar os trabalhadores «do direito a trabalhar»

O PSD acusou a CGTP de querer privar os trabalhadores «do direito a trabalhar» com a marcação da greve geral de quinta-feira, levando um deputado comunista a fazer comparações com o regime de Salazar.

Em resposta a uma interpelação do PCP ao Governo sobre as consequências da crise económica, o social-democrata Nuno Encarnação acusou os comunistas de «demagogia».

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«Acredita mesmo no que acabou de ler?», atirou Encarnação ao deputado comunista Miguel Tiago, dizendo que o debate marcado pelo PCP foi um pretexto para um «ato de propaganda, destinado a enaltecer a tão anunciada greve geral».

O social-democrata de Coimbra, perante muitos protestos da bancada do PCP, disse que a CGTP está a «incitar os trabalhadores a perder um dia de salário» ao aderir à greve.

«Assim se enganam os trabalhadores», disse ainda Encarnação, acusando a CGTP de «ficar sempre à margem» e de ter sido o único parceiro a abandonar o acordo de concertação social.

Encarnação concluiu, citando Mao Zedong (pouco depois, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, também citou o histórico líder comunista chinês), dizendo que «o verdadeiro inimigo deste país é quem não deixa os outros trabalhar!».

O comunista Miguel Tiago respondeu que «o PSD e o CDS tremem» perante a perspetiva da greve geral, e traçou um paralelo entre as palavras de Encarnação e o regime do Estado Novo, de há meio século.

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«Estou certo de que, em 1962, quando milhares de portugueses lutavam pelo dia de trabalho de oito horas, os deputados da Assembleia Nacional [salazarista] falariam como o senhor acaba de falar», afirmou Tiago.

Já secretário-geral do PCP acusou «as bancadas da direita» de falarem na greve geral «com um sentido de ódio e medo».

Numa declaração aos jornalistas no final do plenário da Assembleia da República, onde teve lugar uma interpelação do PCP ao Governo, Jerónimo de Sousa considerou que o executivo PSD/CDS tem procurado «negar a realidade» do país e «fugir às consequências que o pacto de agressão está a ter na vida dos portugueses».

Em seguida, o líder comunista afirmou que «são as bancadas da direita que falam mais na greve geral, mas com um sentido de ódio e de medo», deixando ainda uma crítica aos governos liderados pelo atual Presidente da República, Cavaco Silva.

«A direita, tal como em governos anteriores, e eu lembro-me perfeitamente [da posição] de Cavaco Silva perante uma greve geral idêntica, odeia e teme quem não se rende», atirou.

Jerónimo de Sousa considerou depois que a greve geral de quinta-feira convocada pela CGTP será a dos «homens, mulheres e jovens» que lutam «contra a repressão, contra a intimidação, contra o medo».

«Ao contrário do que diz a direita, os trabalhadores sabem que perder um dia de salário custa muito, mas eles têm consciência de que se não lutarem, mesmo perdendo um dia de salário, vão perder muitos outros dias de salário e direitos, tendo em conta a legislação laboral que está aqui na Assembleia da República», disse.

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